São Paulo, sexta-feira, 14 de agosto de 2009

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BARBARA GANCIA

Hello, Sarah Palin!


É bom lembrar que Sarah Palin tinha um par de pernas e um sorriso de campanha que a ministra Dilma não tem

OH, MY GOD! Será que a Sarah Palin veio lá do Alasca para atormentar a vida do Lula? O nobre leitor deve estar lembrado de Sarah Palin, candidata a vice pelo Partido Republicano nas últimas eleições presidenciais nos EUA.
Praticamente desconhecida, ela deveria ter sido o grande trunfo de McCain na disputa contra Obama.
Só que o tiro saiu pela culatra com tamanho vigor que McCain acabou responsabilizando Sarinha pela morte e o consequente enterro de sua candidatura em uma série de embaraços nunca antes vistos em uma campanha presidencial.
Há coisa de um mês, ninguém sabe ao certo o motivo, Sarah pediu demissão do cargo de governadora do Alasca, e hoje só se interessam por suas andanças as revistas de fofocas e, quiçá, os alces e os ursos tementes pela vida a quem ela gosta de alvejar em suas caçadas.
Pois algo me diz que Sarah Palin acabou vindo parar no Brasil. Atente, meu caro leitor: a ex-chefona da Receita Federal, Lina Maria Vieira, afirma que a ministra Dilma Rousseff pediu que a investigação feita nas empresas da família Sarney fosse concluída rapidamente. Dilma jura que nunca teve essa conversa com Lina. Lula entrou no meio da história e afirmou que a todo-poderosa da Receita sonhou com a conversa.
Ué? O presidente por acaso passa o dia grudado na ministra? Como ele pode afirmar categoricamente que ela não conversou com Lina?
Ou será que eles colocam lá para cuidar da Receita Federal a primeira desavisada que passa na porta e fala o que der na telha?
Já houve uma primeira reviravolta no caso. A chefe de gabinete do secretário da Receita Federal, Iraneth Dias Weiler, sustentou as declarações de Lina. Diz ela que a ministra da Casa Civil, de fato, pediu para aliviar a auditoria feita nas empresas da família Sarney.
Não sei, não, mas parece-me que a ministra já foi mal interpretada outras vezes. Além do caso do "banco de dados" de FHC, lembrado anteontem por Elio Gaspari, em que Dilma acabou sendo forçada a se retratar, não teve também aquele outro diz que diz que com a ex-diretora da Anac, Denise Abreu?
Denise não declarou que Dilma a pressionou para que não exigisse o Imposto de Renda dos sócios da VarigLog, na época da venda da Varig?
Com a palavra, a ex da Anac: "Numa reunião, a ministra se insurgiu contra as exigências dizendo que isso não era da alçada de uma agência reguladora. Falou que era muito difícil fazer qualquer tipo de análise tentando estudar o Imposto de Renda dos sócios da Volo porque era muito comum as pessoas no Brasil sonegarem imposto".
Naquele caso, como agora, Dilma negou ter se encontrado com Denise. Naquele caso, como agora, o presidente Lula saiu em defesa da ministra. E neste caso de agora, quem também está envolvido é o senador José Sarney, aquele que o presidente considera merecedor de tratamento diferenciado.
É bom lembrar que Sarah Palin tinha um par de pernas e um sorriso de campanha que Dilma não tem. E que a carranca da ministra, aliada a esse hábito de as pessoas a verem em reuniões em que ela não está, pode colocar tudo a perder.

barbara@uol.com.br

www.barbaragancia.com.br


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