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Juiz nega pedido para suspender terceirização da merenda em SP
Autora da ação, Promotoria acusa empresas de fraude
DA REPORTAGEM LOCAL
A Justiça negou ontem solicitação do Ministério Público Estadual para suspender a terceirização da merenda escolar na
cidade. A ação, iniciada na semana passada, visava impedir a
prefeitura de manter os contratos em vigor ou homologar os
resultados de um novo pregão.
A Promotoria alega que as
empresas mantêm desde 2001
um esquema de pagamento de
propinas a agentes públicos,
fraude em licitações, superfaturamento de preços e má qualidade dos serviços.
Se o pedido fosse aceito, a
prefeitura teria de assumir a tarefa. O juiz Afonso de Barros
Faro Júnior, da 7ª Vara da Fazenda Pública, alegou que isso
seria inviável. "Se tomada esta
decisão, o fornecimento da merenda estaria inviabilizado e
milhares de alunos deixariam
de recebê-la", escreveu.
A merenda terceirizada
-que inclui desde a compra do
produto ao preparo e à distribuição aos alunos- é mantida
hoje por seis empresas investigadas pela Promotoria -em julho, 4 delas foram vencedoras
de 8 dos 14 lotes do pregão.
Como a gestão Gilberto Kassab (DEM) não impediu essas
seis empresas de participar da
licitação, a Promotoria também defende a anulação desse
processo. A prefeitura afirmou
à Justiça que, nessa última licitação, os preços tiveram redução de 22% e 39% abaixo dos
valores referenciais. Os novos
contratos são estimados em
mais de R$ 35 milhões por mês.
O secretário da Educação,
Alexandre Schneider, disse
que, com a decisão de ontem,
pretende homologar os resultados do pregão na semana que
vem, após submetê-los ao Tribunal de Contas do Município.
"Vamos recorrer ao Tribunal
de Justiça. Não concordamos
com a decisão porque é contrária ao interesse público", disse
o promotor Silvio Marques.
Na semana passada, a Folha
revelou que documentos originais do pregão sumiram. Advogados avaliam que, com isso, há
risco de contestações judiciais.
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