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Monotrilho desapropria e ameaça visual no Morumbi
Área afetada equivale a 18 campos de futebol e inclui casas de alto padrão
Linha 17-ouro do metrô,
que ligará aeroporto de
Congonhas à rede de
trilhos, terá trens sobre
pilares de 15 m de altura
ALENCAR IZIDORO
JOSÉ BENEDITO DA SILVA
DE SÃO PAULO
O Metrô planeja desapropriar uma área superior a 18
campos de futebol e remover
casas de alto padrão para a
implantação do monotrilho
que vai ligar a região do aeroporto de Congonhas ao Morumbi e ao Jabaquara.
O morador que não tiver
seu imóvel demolido deve
sofrer outro impacto negativo de "alta relevância": a
mudança da paisagem devido à presença de vigas de até
15 m de altura na via pública.
O monotrilho é um tipo de
trem com pneus que rodará
sobre estruturas elevadas.
O alerta consta do estudo
de impacto ambiental da futura linha 17-ouro, prometida pelo governo paulista para ser entregue até 2013.
O estudo oficial encomendado pelo Metrô considera
viável a realização da obra
-que, quando estiver pronta, deve ser usada por mais
de 200 mil passageiros/dia.
Adverte, porém, que ela
será um "grande causador de
incômodo" à população vizinha, que pode ter uma "redução da qualidade de vida".
O documento estima em
132 mil m2 a região atingida
por desapropriações. Com
exceção das áreas que estão
hoje desocupadas, a predominância de imóveis atingidos é de casas de alto padrão.
Também será afetada parte da favela de Paraisópolis,
que terá imóveis desapropriados para implantar a Via
Perimetral, avenida de 4 km
que irá do estádio do Morumbi à marginal Pinheiros e que
faz parte do pacote de intervenções urbanas necessárias
à implantação da linha 17.
VISTA DA VARANDA
No Panamby, a estrutura
do monotrilho fará parte do
visual das varandas de apartamentos. "O padrão residencial vertical [da região]
faz com que o impacto visual
do monotrilho seja intensificado, pois alguns domicílios
ficarão no mesmo nível que
as estruturas permanentes",
afirma um trecho do estudo.
Esse mesmo "impacto visual" provocará "incômodos
significativos à população"
vizinha das avenidas Jorge
João Saad e Jules Rimet.
Perto de vias como Otávio
Mangabeira e Viriato Correia,
hoje de baixo tráfego de veículos e pedestres, o relatório
diz que se espera "aumento
significativo do movimento,
devendo atrair também camelôs e desvalorizando alguns espaços do entorno".
Para atenuar os impactos
na paisagem, a proposta é
que as vigas fiquem sobre
uma faixa de 50 m -para não
grudar tanto nos prédios.
Haverá ainda impacto sonoro do monotrilho. O estudo sugere uma proteção com
barreira acústica para minimizar a propagação do ruído.
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