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É "Minhocão disfarçado", diz moradora
Para dirigente de entidade do Morumbi, além do desconforto visual, monotrilho pode trazer degradação social
Temor é que a obra repita a trajetória do elevado Costa e Silva, que ajudou a deteriorar região central da cidade
DE SÃO PAULO
Moradores da região do
Morumbi que se articulam
para mudar a proposta do
monotrilho da linha 17-ouro
avaliam que ele trará degradação à região semelhante à
que o elevado Costa e Silva, o
Minhocão, trouxe ao centro
de São Paulo.
"Esse monotrilho é um Minhocão disfarçado", diz Marcia Vairoletti, presidente da
Associação de Segurança e
Cidadania do Morumbi, para
quem o trem que trafega sobre elevado "não é urbanisticamente recomendável".
Para ela, além da poluição
visual (com os trilhos sobre
colunas de até 15 m de altura), há um outro problema: a
parte de baixo do elevado pode virar um espaço degradado, como ocorreu na região
central com o Minhocão.
"Veja o que aconteceu
com a avenida São João", diz,
referindo-se à ocupação da
parte de baixo do elevado por
moradores de rua e viciados.
O monotrilho pode ser mais
barato [que outras alternativas de transporte], mas o custo social dele é alto", afirma.
CAMELÔS
O aumento da presença de
camelôs na região -apontado no estudo de impacto ambiental- também preocupa,
diz ela. "Já temos um problema, que é o estádio do Morumbi, que atrai um grande
número de vendedores", diz.
Marcia Vairoletti afirma
que os moradores vão exigir
amplo debate com o Metrô
em audiências públicas.
IMPACTO MENOR
O geólogo Walter Sergio de
Faria, coordenador técnico
do projeto de estudo de impacto da linha 17 contratado
pelo Metrô, rejeita qualquer
comparação do monotrilho
com o Minhocão.
"É um objeto novo na paisagem. Não há como negar
que será impactante. Mas visualmente será muito menor
do que teve no Minhocão."
Segundo Faria, a definição
mais precisa dos imóveis que
serão desapropriados sairá
apenas após detalhamentos.
Na avaliação dele, se a ligação fosse feita como metrô, a quantidade de imóveis
atingidos seria menor (porém maior se fosse como corredor de ônibus).
(JOSÉ BENEDITO DA SILVA e ALENCAR IZIDORO)
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