São Paulo, sábado, 14 de agosto de 2010

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É "Minhocão disfarçado", diz moradora

Para dirigente de entidade do Morumbi, além do desconforto visual, monotrilho pode trazer degradação social

Temor é que a obra repita a trajetória do elevado Costa e Silva, que ajudou a deteriorar região central da cidade

DE SÃO PAULO

Moradores da região do Morumbi que se articulam para mudar a proposta do monotrilho da linha 17-ouro avaliam que ele trará degradação à região semelhante à que o elevado Costa e Silva, o Minhocão, trouxe ao centro de São Paulo.
"Esse monotrilho é um Minhocão disfarçado", diz Marcia Vairoletti, presidente da Associação de Segurança e Cidadania do Morumbi, para quem o trem que trafega sobre elevado "não é urbanisticamente recomendável".
Para ela, além da poluição visual (com os trilhos sobre colunas de até 15 m de altura), há um outro problema: a parte de baixo do elevado pode virar um espaço degradado, como ocorreu na região central com o Minhocão.
"Veja o que aconteceu com a avenida São João", diz, referindo-se à ocupação da parte de baixo do elevado por moradores de rua e viciados. O monotrilho pode ser mais barato [que outras alternativas de transporte], mas o custo social dele é alto", afirma.

CAMELÔS
O aumento da presença de camelôs na região -apontado no estudo de impacto ambiental- também preocupa, diz ela. "Já temos um problema, que é o estádio do Morumbi, que atrai um grande número de vendedores", diz.
Marcia Vairoletti afirma que os moradores vão exigir amplo debate com o Metrô em audiências públicas.

IMPACTO MENOR
O geólogo Walter Sergio de Faria, coordenador técnico do projeto de estudo de impacto da linha 17 contratado pelo Metrô, rejeita qualquer comparação do monotrilho com o Minhocão.
"É um objeto novo na paisagem. Não há como negar que será impactante. Mas visualmente será muito menor do que teve no Minhocão."
Segundo Faria, a definição mais precisa dos imóveis que serão desapropriados sairá apenas após detalhamentos.
Na avaliação dele, se a ligação fosse feita como metrô, a quantidade de imóveis atingidos seria menor (porém maior se fosse como corredor de ônibus). (JOSÉ BENEDITO DA SILVA e ALENCAR IZIDORO)


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