São Paulo, sábado, 14 de agosto de 2010

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Estado de greve é decretado na Gol

Em assembleia, funcionários aprovam pauta de reivindicações, incluindo cumprimento de regras sobre jornada

Segundo eles, pilotos e copilotos têm recorrido a artimanhas para superar o cansaço, como comandar o avião em pé

CAROLINA LEAL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Em assembleia realizada ontem na sede do Sindicato Nacional dos Aeronautas, em SP, os funcionários da Gol definiram uma pauta de reivindicações e decretaram estado de greve (em que há ameaça de parar) até uma negociação com a empresa.
A principal reclamação, novamente, foi em relação à escala de trabalho e a salários defasados. Por enquanto, não há paralisação.
Na pauta dos pilotos, copilotos e comissários foi exigido o cumprimento da regulamentação profissional, que estipula a jornada máxima de trabalho, além de reajuste salarial e pagamento de plano de saúde e de previdência complementar.
Um comissário chegou a propor uma "operação tartaruga", que foi rechaçada pelos presentes. O estado de greve, no entanto, foi considerado uma boa maneira de causar repercussão na imprensa e pressionar a Gol.
Para tentar diminuir a diferença salarial entre pilotos, copilotos e comissários, a proposta é que seja repassado aos comissários e copilotos o mesmo percentual de reajuste concedido aos comandantes em 2007.
Na assembleia, funcionários da Gol e diretores do Sindicato dos Aeronautas reforçaram as denúncias de escalas irregulares na empresa e de fadiga da tripulação.
Segundo eles, pilotos e copilotos têm recorrido a artimanhas para superar o cansaço. Foram relatados casos de pilotos que comandam o avião em pé, para não correr o risco de dormir. Os presentes também confirmaram relatos de pilotos que pedem para que os comissários entrem na cabine para mantê-los acordados.
O cansaço, dizem os funcionários, é reflexo de escalas irregulares e noites seguidas de voos.
Os funcionários esperam uma resposta da Gol até a segunda audiência marcada com o Ministério Público do Trabalho, no próximo dia 20.
Na primeira audiência, a empresa rejeitou acordo para manter as escalas da tripulação dentro das regras legais.
Em nota, a Gol disse que "os posicionamentos assumidos pelo Sindicato Nacional dos Aeronautas não acarretam nenhum impacto" nas operações e que os voos "seguem normalmente".


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