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Estado de greve é decretado na Gol
Em assembleia, funcionários aprovam pauta de reivindicações, incluindo cumprimento de regras sobre jornada
Segundo eles, pilotos e copilotos têm recorrido a artimanhas para superar o cansaço, como comandar o avião em pé
CAROLINA LEAL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Em assembleia realizada
ontem na sede do Sindicato
Nacional dos Aeronautas,
em SP, os funcionários da
Gol definiram uma pauta de
reivindicações e decretaram
estado de greve (em que há
ameaça de parar) até uma negociação com a empresa.
A principal reclamação,
novamente, foi em relação à
escala de trabalho e a salários defasados. Por enquanto, não há paralisação.
Na pauta dos pilotos, copilotos e comissários foi exigido o cumprimento da regulamentação profissional, que
estipula a jornada máxima
de trabalho, além de reajuste
salarial e pagamento de plano de saúde e de previdência
complementar.
Um comissário chegou a
propor uma "operação tartaruga", que foi rechaçada pelos presentes. O estado de
greve, no entanto, foi considerado uma boa maneira de
causar repercussão na imprensa e pressionar a Gol.
Para tentar diminuir a diferença salarial entre pilotos,
copilotos e comissários, a
proposta é que seja repassado aos comissários e copilotos o mesmo percentual de
reajuste concedido aos comandantes em 2007.
Na assembleia, funcionários da Gol e diretores do Sindicato dos Aeronautas reforçaram as denúncias de escalas irregulares na empresa e
de fadiga da tripulação.
Segundo eles, pilotos e copilotos têm recorrido a artimanhas para superar o cansaço. Foram relatados casos
de pilotos que comandam o
avião em pé, para não correr
o risco de dormir. Os presentes também confirmaram relatos de pilotos que pedem
para que os comissários entrem na cabine para mantê-los acordados.
O cansaço, dizem os funcionários, é reflexo de escalas irregulares e noites seguidas de voos.
Os funcionários esperam
uma resposta da Gol até a segunda audiência marcada
com o Ministério Público do
Trabalho, no próximo dia 20.
Na primeira audiência, a
empresa rejeitou acordo para
manter as escalas da tripulação dentro das regras legais.
Em nota, a Gol disse que
"os posicionamentos assumidos pelo Sindicato Nacional dos Aeronautas não acarretam nenhum impacto" nas
operações e que os voos "seguem normalmente".
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