São Paulo, sábado, 14 de agosto de 2010

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AUGUSTA MONTEIRO TIROTTI (1912-2010)

Imigrante portuguesa e tecelã

FELIPE CARUSO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Depois de 20 dias de uma viagem penosa cruzando o oceano Atlântico de Portugal para Brasil, Augusta Monteiro Tirotti, aos 8, precisou esperar um pouco mais para pisar o chão do Novo Mundo.
Ao chegar a Santos (SP), ela, o caçula dos seis irmãos e boa parte dos imigrantes estavam com pneumonia. O navio ficou de quarentena, ancorado no litoral da cidade e sem atracar no porto.
Depois de dias, foi levada a um hospital, onde ficou por uma semana até seguir com os pais, para começar uma vida em São Paulo.
A família se instalou no Brás, no centro. Enquanto o pai trabalhava numa fábrica de bebidas e a mãe cuidava da casa, ela estudava.
Concluiu o curso primário e, aos 15, já trabalhava como tecelã. Mudou-se com os pais para Vila São José, Ipiranga.
As ruas do bairro ainda eram de barro quando conheceu o barbeiro João. Casaram-se em 1933 e tiveram dois filhos.
Hoje, na Vila São José, todos a conheciam e alguns diziam que ela era a pessoa mais velha do bairro.
Convidada por uma escola da região, contou as histórias dos seus 97 anos para as crianças, que ficaram espantadas com sua longevidade.
A sopa de grão de bico, repolho e batata que fazia não sai da memória gustativa dos netos. Quem não comesse levava bronca pela desfeita.
Morreu no domingo, aos 97, em São Paulo, em decorrência de um derrame. Deixa dois filhos, cinco netos, três bisnetos e um tataraneto.
A missa de sétimo dia será hoje, às 19h, na Igreja Santo Expedito Quedas, na Vila Isolina Mazzei.

coluna.obituario@uol.com.br


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