São Paulo, domingo, 14 de agosto de 2011

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Em 5 dias de multa, motorista começa a respeitar faixas

Nas ruas do centro da capital paulista, pedestres dizem já começar a enxergar melhora em relação com carros

Campanha começou em maio, mas surtiu pouco efeito; segundo a CET, 90,3% dos condutores não respeitavam faixa

RAPHAEL VELEDA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Cinco dias de aplicação de multas começaram a mudar a realidade que três meses de campanha educativa não conseguiram melhorar. Os motoristas paulistanos passaram a respeitar a prioridade dos pedestres nas faixas.
Ainda há muitas infrações, mas quem anda pelas ruas do centro já diz enxergar mudanças. "Eu te juro que não acreditava, mas acho que vou quebrar a cara. Tem muita gente parando, mesmo onde não estão multando", disse a economista Anamara Albuquerque, 45, após atravessar a rua Líbero Badaró, perto da prefeitura, na sexta.
A faixa que corta a via na altura da rua Miguel Couto é uma das mais movimentadas do perímetro que a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) chama de ZMPP (Zona Máxima de Proteção ao Pedestre).
Essa zona vai da região central até a avenida Paulista e ganhou reforço na fiscalização e avisos pedindo respeito a quem anda à pé.
A campanha começou em 11 de maio, mas não surtiu efeito. Segundo a própria CET, 89,6% dos condutores desrespeitavam a faixa no centro antes do programa. No início de agosto, o número era de 90,3%.
A CET deverá divulgar números relativos à última semana amanhã, e é provável que apresentem uma melhora.
Nas ruas, a reportagem viu avanços, sobretudo nas faixas onde os marronzinhos da CET multam infratores.
Na rua Boa Vista, logo depois do Pateo do Collegio e quase em frente ao prédio do Detran, a Folha contou 59 infrações em meia hora na última terça-feira. Três delas foram multadas pelo agente.

MULTAS
Na sexta, foram 23 casos de desrespeito no mesmo período, entre as 12h30 e as 13h. Oito deles resultaram em multas. A penalidade é de até R$ 191,53 e rende sete pontos na carteira de habilitação.
Apesar dos avanços, ainda há quem seja contra a multa ou duvide de sua eficácia.
O comerciante Trajano Fernandes, 53, viu quando foi multado. Chegou a estacionar para questionar a infração, mas desistiu.
"Não vai adiantar nada, porque não vai tirar a multa e é capaz de eu ser preso por desacato. Mas acho isso tudo uma palhaçada. Mais um jeito de arrecadar", reclamou.
Perto dali, na Basílio Gama com a praça da República, um cruzamento sem fiscalização, o pintor André Fér dos Santos, 28, pede à mulher, Júlia, 24, grávida, e ao filho André Júnior, 5, que esperem na calçada enquanto ele entra na faixa pedindo aos carros que parem. "Ainda não sei se dá para confiar."


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