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NA POLÍCIA
Maria Helena guardava cópia de documento da prefeitura indicando assessores seus para serviço funerário
Ofício sugere que vereadora fez indicação
JOÃO CARLOS SILVA
da Reportagem Local
Um documento
encontrado na casa
da vereadora Maria
Helena Fontes (PL)
reforça a acusação
de que a parlamentar indicou três diretores do Serviço Funerário Municipal.
Uma ex-assessora afirma que a
vereadora recebeu os cargos para
votar contra um pedido de impeachment do prefeito Celso Pitta, em maio. A prefeitura diz que
negociou as indicações com o PL,
partido de Maria Helena, como
forma de composição política.
O novo indício de que a vereadora pode ser a responsável direta
pela indicação é a cópia xerox de
um ofício interno da prefeitura,
encontrada entre os documentos
pessoais da vereadora durante
busca e apreensão em sua casa.
No documento, datado de junho, o então superintendente do
Serviço Funerário Municipal, José
Vasconcelos Cunha, pede ao secretário de Governo, Carlos Augusto Meinberg, que nomeie três
pessoas para cargos de direção.
Os indicados são Almir Pinto,
Carlos Alberto de Oliveira Dória e
Joaquim Ferreira Neto -todos ligados a Maria Helena. Pinto, por
exemplo, foi seu chefe de gabinete. Os três assumiram efetivamente os cargos, mas foram demitidos
dois dias depois de a vereadora
ser acusada de envolvimento em
um caso de extorsão.
A polícia quer saber por que
Maria Helena tinha cópia dessa
comunicação interna da prefeitura guardada em sua casa, se alega
que não teve nenhuma participação direta na indicação.
Os votos da vereadora do Partido Liberal no caso do impeachment também são coerentes com
a versão contada pela ex-assessora Alessandra Garcia.
Maria Helena tinha votado a favor do processo de cassação do
prefeito na comissão que analisava o caso. Quando votou no plenário -na abertura efetiva do
processo de impeachment-,
mudou de opinião.
Outro lado
O secretário Meinberg, por
meio da assessoria de imprensa
da prefeitura, nega que tenha negociado cargos com Maria Helena. Ele disse que essa negociação
foi feita com o presidente estadual
do PL, Marcos Cintra.
Essa negociação envolveria apenas apoio político e não há, segundo Meinberg, relação alguma
com o processo de impeachment.
A Folha procurou ontem o presidente estadual do PL, mas ele
não respondeu ao recado deixado
com sua assessoria de imprensa.
O advogado de Maria Helena,
Nadir Tarabori, diz que apenas a
vereadora pode comentar o assunto, mas ela também não respondeu à ligação feita pela reportagem até as 20h de ontem.
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