São Paulo, Sábado, 14 de Agosto de 1999
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Colasuonno usa inquérito falso

da Reportagem Local

O vereador Miguel Colasuonno usou um inquérito inexistente como argumento para pedir a cassação de Salim Curiati Jr. Os dois parlamentares são do PPB, mas Colasuonno é aliado ao prefeito Celso Pitta e Curiati, da oposição.
Colasuonno entregou na quarta-feira uma denúncia contra Curiati, afirmando que ele utilizou o mandato para conseguir vantagens econômicas, pegou parte de salários de funcionários do gabinete e intimidou testemunhas.
Para comprovar as denúncias, Colasuonno cita um inquérito policial em andamento no Dird (Departamento de Investigações e Registros Diversos) que, segundo ele, mostra que havia um esquema de corrupção comandado por Curiati e por seu chefe de gabinete, Maurício Cardoso.
Mas tal inquérito não existe. O delegado Maurício Correali, do Dird, abriu um inquérito para apurar irregularidades cometidas pela vereadora Maria Helena Fontes (PL) e uma suposta tentativa de extorsão de um estelionatário contratado por ela contra Salim Curiati Jr.
Segundo Correali, Curiati e seu chefe de gabinete são vítimas no inquérito, e não suspeitos, como afirma a denúncia.
Colasuonno cita em sua denúncia um suposto depoimento do chefe de gabinete à polícia, no qual ele teria confirmado o esquema. Mas Maurício não prestou depoimento no inquérito.
Na manhã de ontem, Curiati enviou uma petição ao Dird, pedindo uma declaração oficial de que não há inquérito contra ele. Quando receber o documento, ele pode processar Colasuonno por denunciação caluniosa.
"Ele vai ter que explicar essa história, senão irei processá-lo. O Colasuonno fez uma denúncia baseada em um inquérito inexistente", afirmou Curiati, que acredita que a denúncia contra ele seja parte de uma retaliação por sua postura oposicionista.
Colasuonno não quis falar sobre a denúncia. Disse que tudo que tem contra Curiati está no documento que enviou à Câmara.
A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara decide até segunda se a denúncia será levada ao plenário. Se for, serão necessários 28 votos para a abertura do processo de cassação.
(OTÁVIO CABRAL)


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