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VIOLÊNCIA
Grupos criados para combater a criminalidade sofrem com a falta de carros, telefones e até armas
Forças-tarefas do Rio não têm estrutura
SERGIO TORRES
da Sucursal do Rio
As cinco forças-tarefas criadas
pelo governo do Rio para o combate à criminalidade trabalham
sem carros, transmissores, telefones e até armas.
Passados dois meses da criação
da primeira força-tarefa, a Secretaria da Segurança Pública do Estado do Rio não dotou as unidades de uma infra-estrutura que
permita, ao menos, a realização
de diligências externas.
Na prática, as forças-tarefas,
anunciadas pelo governador Anthony Garotinho (PDT) como
uma das reações governamentais
ao crescimento da violência, não
funcionam. Desde o último dia de
julho, os policiais lotados nas forças-tarefas não têm carros para
trabalhar. Quando vão às ruas,
usam carro próprio.
Os carros Gol em que circulavam pelo Rio eram cedidas pela
Associação das Seguradoras, que
já as pegou de volta.
Os policiais das forças-tarefas
também não têm fuzis para incursões em áreas perigosas. Quando
é necessário, eles pedem fuzis emprestados a um batalhão da PM
ou à Chefia de Polícia Civil.
As forças-tarefas são uma das
prioridades do governo. É uma
tentativa de integrar os serviços
das Polícias Civil e Militar.
Em cada força-tarefa trabalham
oito policiais civis e oito policiais
militares, chefiados por um delegado e um oficial da PM.
As forças-tarefas são unidades
destinadas ao combate específico
de um tipo de crime. A primeira
foi criada para reprimir o roubo
de carros. A seguir, vieram as especializadas no combate ao roubo
de bancos, homicídios, narcotráfico e contrabando de armas.
As cinco forças-tarefas estão
instaladas no segundo andar do
prédio da extinta estatal CTC
(Companhia de Transportes Coletivos). O prédio não tem condições de abrigar unidades tidas como de elite. Faltam móveis, aparelhos de comunicação e até faxineiros. Obsoletos, os radiotransmissores enviados para as forças-tarefas não estão sendo usados.
Os policiais fracassaram na tentativa de fazê-los funcionar.
Os quatro telefones celulares
enviados a cada força-tarefa só recebem ligações. Os policiais não
conseguem telefonar para ninguém porque as linhas foram cortadas por falta de pagamento da
habilitação.
A Secretaria de Segurança Pública informou que até o final do
mês as forças-tarefas estarão recebendo carros novos. A secretaria
está comprando 500 carros da
marca Gol. Alguns deles irão para
as novas unidades.
De acordo com a secretaria, os
policiais das forças-tarefas não receberam fuzis porque no prédio
não há onde guardá-los. Um projeto de reforma do prédio está
sendo preparado pelo governo.
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