São Paulo, Sábado, 14 de Agosto de 1999
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VIOLÊNCIA
Grupos criados para combater a criminalidade sofrem com a falta de carros, telefones e até armas
Forças-tarefas do Rio não têm estrutura

SERGIO TORRES
da Sucursal do Rio

As cinco forças-tarefas criadas pelo governo do Rio para o combate à criminalidade trabalham sem carros, transmissores, telefones e até armas.
Passados dois meses da criação da primeira força-tarefa, a Secretaria da Segurança Pública do Estado do Rio não dotou as unidades de uma infra-estrutura que permita, ao menos, a realização de diligências externas.
Na prática, as forças-tarefas, anunciadas pelo governador Anthony Garotinho (PDT) como uma das reações governamentais ao crescimento da violência, não funcionam. Desde o último dia de julho, os policiais lotados nas forças-tarefas não têm carros para trabalhar. Quando vão às ruas, usam carro próprio.
Os carros Gol em que circulavam pelo Rio eram cedidas pela Associação das Seguradoras, que já as pegou de volta.
Os policiais das forças-tarefas também não têm fuzis para incursões em áreas perigosas. Quando é necessário, eles pedem fuzis emprestados a um batalhão da PM ou à Chefia de Polícia Civil.
As forças-tarefas são uma das prioridades do governo. É uma tentativa de integrar os serviços das Polícias Civil e Militar.
Em cada força-tarefa trabalham oito policiais civis e oito policiais militares, chefiados por um delegado e um oficial da PM.
As forças-tarefas são unidades destinadas ao combate específico de um tipo de crime. A primeira foi criada para reprimir o roubo de carros. A seguir, vieram as especializadas no combate ao roubo de bancos, homicídios, narcotráfico e contrabando de armas.
As cinco forças-tarefas estão instaladas no segundo andar do prédio da extinta estatal CTC (Companhia de Transportes Coletivos). O prédio não tem condições de abrigar unidades tidas como de elite. Faltam móveis, aparelhos de comunicação e até faxineiros. Obsoletos, os radiotransmissores enviados para as forças-tarefas não estão sendo usados. Os policiais fracassaram na tentativa de fazê-los funcionar.
Os quatro telefones celulares enviados a cada força-tarefa só recebem ligações. Os policiais não conseguem telefonar para ninguém porque as linhas foram cortadas por falta de pagamento da habilitação.
A Secretaria de Segurança Pública informou que até o final do mês as forças-tarefas estarão recebendo carros novos. A secretaria está comprando 500 carros da marca Gol. Alguns deles irão para as novas unidades.
De acordo com a secretaria, os policiais das forças-tarefas não receberam fuzis porque no prédio não há onde guardá-los. Um projeto de reforma do prédio está sendo preparado pelo governo.


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