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Policiais não foram incluídos em grupo de trabalho
da Sucursal do Rio
O governador Anthony Garotinho deixou integrantes da Polícia
Civil e da Polícia Militar de fora
do grupo de trabalho que criou
para implantar novos modelos de
estatísticas policiais.
A comissão tem 12 membros.
Há sociólogos, antropólogos e até
um engenheiro elétrico e um médico. Nenhum policial está no
grupo.
A ausência de policiais surpreendeu as corporações. Pedro
Paulo Pinho, presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia Civil, desabafou.
"É lamentável que o governo
não reconheça nos quadros policiais valores capazes de compor
uma comissão desse porte. Desse
jeito, a gente deveria fechar as
portas", afirmou.
A presença na comissão do engenheiro elétrico Marcos da Silveira, da PUC (Pontifícia Universidade Católica), levou o inspetor
Cláudio Cruz, do Núcleo de Defesa do Policial Civil, a fazer uma
comparação irônica.
"Botar um engenheiro elétrico
nessa comissão é a mesma coisa
que me botarem para mexer na
fiação de uma obra. Ninguém entende mais de segurança do que o
policial", disse Cruz.
Segundo o inspetor, os policiais
têm condições de apresentar sugestões para os novos critérios estatísticos da Secretaria Estadual
de Segurança Pública. "O policial
pode mostrar o que está errado,
mas ele é vítima do descrédito dos
governos. É difícil trabalhar nesse
Camboja, e ainda ser chamado de
ladrão. Só temos o chicote. Não
temos uma mão que afague."
Mediadora da comissão, junto
com o antropólogo Luiz Eduardo
Soares, subsecretário de Cidadania e Pesquisa da Secretaria de Segurança, a antropóloga Jacqueline Muniz, diretora de Pesquisa e
Projetos da secretaria, diz que o
grupo tem "competência técnico-científica" para formular os novos
critérios.
O convite para participar da comissão partiu do próprio governador, que fez contatos com universidades e institutos.
"O critério dos convites foi o do
notório saber. É um grupo de notáveis do mundo acadêmico, que
prepara uma concepção teórico-metodológica de levantamento de
índices", afirmou a antropóloga.
Há mais dois engenheiros na
comissão: Isnard Martins (de sistemas), da PUC, e Domício
Proença Júnior (de produção), da
UFRJ (Universidade Federal do
Rio de Janeiro).
O sanitarista Eduardo Costa,
ex-secretário estadual de Saúde, é
outro integrante da comissão.
Integram ainda o grupo os sociólogos Ignácio Canno, da UFF
(Universidade Federal Fluminense), e José Augusto Rodrigues, da
Uerj (Universidade do Estado do
Rio de Janeiro), o antropólogo
Roberto Kant de Lima (UFF) e o
matemático Paulo César de Carvalho. O IBGE (Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) é representado na comissão pela consultora Yolanda Catão. Também integra o grupo o
economista Galeno Tinoco Ferraz
Filho (UFRJ).
(ST)
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