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VIOLÊNCIA
Luiz Felipe do Paraná Fischer, 17, vendia pulseiras na parte externa do ginásio da Unicamp; segurança teria atirado
Tiro mata estudante em show dos Titãs
Sergio Carvalho/Agência Anhanguera
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Espectadora do show do grupo Titãs ferida por estilhaços de vidro durante tumulto no ginásio da Unicamp, em Campinas (SP) |
CLAUDIO LIZA JÚNIOR
KLEBER TOMAZ
FREE-LANCE PARA A FOLHA CAMPINAS
O estudante Luiz Felipe do Paraná Fischer, 17, foi baleado e morto
em frente ao ginásio da Unicamp
(Universidade Estadual de Campinas), onde ocorria um show da
banda Titãs, na madrugada de
ontem.
Segundo a Polícia Civil, testemunhas afirmaram que o adolescente foi morto por um dos seguranças contratados pela organização do show. O segurança teria
efetuado disparos contra um grupo de jovens que insistiam em entrar no ginásio sem pagar.
O estudante morto vendia pulseiras do lado de fora do ginásio
quando foi atingido, na parte de
trás da cabeça. Fischer morreu na
hora, de acordo com a polícia.
Segundo o universitário R.T.M.,
23, que estava do lado de fora do
ginásio e prestou depoimento como testemunha, antes de Fischer
ser atingido, os seguranças já haviam tentado evitar uma invasão
ao ginásio disparando tiros para o
alto.
O público reagiu à ação jogando
garrafas e latas. Os seguranças, no
entanto, teriam insistido e agredido um rapaz com socos e pontapés. Quando o jovem conseguiu
escapar, um segurança teria
apontado a arma para o público
que participava do tumulto e atirou.
"Todo mundo correu, mas pensávamos que era tiro de borracha.
Aí o pessoal viu o jovem caído de
barriga para cima e muito sangue
e percebemos, com surpresa, que
havia sido um tiro mesmo", disse.
Segundo a organização do evento, os músicos dos Titãs chegaram
a parar de tocar por 15 minutos,
avisando ao público que estava
dentro do ginásio que a confusão
estava acontecendo do lado de fora do local.
Depois, pediram colaboração
da platéia para continuarem o
show. O grupo informou, por
meio de sua gravadora, Abril Music, que não soube do fato no momento do show e lamenta "profundamente" o que ocorreu.
A mãe do estudante morto, Maria Aparecida Fischer, 48, disse
que pediu para que seu filho não
ir à Unicamp ontem. "Eu estava
com um mau pressentimento",
disse a mãe.
Seguranças
A empresa Queops, Quefren e
Miqueirinos Musics Promoções
Ltda., que organizou o show, informou que o evento atraiu um
público de 4.780 pagantes à Unicamp. Ela sustenta que contratou
50 seguranças da empresa Couto
Segurança e que eles normalmente não atuam armados.
A polícia, no entanto, apreendeu uma pistola 380 com o chefe
dos seguranças.
"Vamos fazer um exame de balística para verificar se os disparos
foram efetuados por essa mesma
arma", disse o delegado de plantão do 4º Distrito Policial José
Carlos da Silva, que registrou o
caso.
Segundo a Polícia Civil, seguranças particulares são proibidos
por lei de usar armas. A regulamentação é do decreto federal nº
2.222/97. Segundo a polícia, "somente as polícias Federal, Civil,
Militar e bombeiros podem ter
porte de arma permanente".
"Um dos trechos dessa lei afirma que é vetada a condução ostensiva de arma de fogo por pessoa física em locais onde haja
aglomeração de pessoas", disse o
delegado Francisco de Migueli, da
Delegacia de Produtos Controlados de São Paulo.
Após o tumulto, a polícia colocou testemunhas diante de 44 seguranças para fazer o reconhecimento e nenhum deles foi apontado como o autor do disparo.
O estudante Luiz Felipe do Paraná Fischer, 17, foi baleado e
morto em frente ao ginásio da
Unicamp (Universidade Estadual
de Campinas), onde ocorria um
show da banda Titãs, na madrugada de ontem.
Segundo a Polícia Civil, testemunhas afirmaram que o adolescente foi morto por um dos seguranças contratados pela organização do show. O segurança teria
efetuado disparos contra um grupo de jovens que insistiam em entrar no ginásio sem pagar.
O estudante morto vendia pulseiras do lado de fora do ginásio
quando foi atingido, na parte de
trás da cabeça. Fischer morreu na
hora, de acordo com a polícia.
Segundo o universitário R.T.M.,
23, que estava do lado de fora do
ginásio e prestou depoimento como testemunha, antes de Fischer
ser atingido, os seguranças já haviam tentado evitar uma invasão
ao ginásio disparando tiros para o
alto.
O público reagiu à ação jogando
garrafas e latas. Os seguranças, no
entanto, teriam insistido e agredido um rapaz com socos e pontapés. Quando o jovem conseguiu
escapar, um segurança teria
apontado a arma para o público
que participava do tumulto e atirou.
"Todo mundo correu, mas pensávamos que era tiro de borracha.
Aí o pessoal viu o jovem caído de
barriga para cima e muito sangue
e percebemos, com surpresa, que
havia sido um tiro mesmo", disse.
Segundo a organização do evento, os músicos dos Titãs chegaram
a parar de tocar por 15 minutos,
avisando ao público que estava
dentro do ginásio que a confusão
estava acontecendo do lado de fora do local.
Depois, pediram colaboração
da platéia para continuarem o
show. O grupo informou, por
meio de sua gravadora, Abril Music, que não soube do fato no momento do show e lamenta "profundamente" o que ocorreu.
A mãe do estudante morto, Maria Aparecida Fischer, 48, disse
que pediu para que seu filho não
ir à Unicamp ontem. "Eu estava
com um mau pressentimento",
disse a mãe.
Seguranças
A empresa Queops, Quefren e
Miqueirinos Musics Promoções
Ltda., que organizou o show, informou que o evento atraiu um
público de 4.780 pagantes à Unicamp. Ela sustenta que contratou
50 seguranças da empresa Couto
Segurança e que eles normalmente não atuam armados.
A polícia, no entanto, apreendeu uma pistola 380 com o chefe
dos seguranças.
"Vamos fazer um exame de balística para verificar se os disparos
foram efetuados por essa mesma
arma", disse o delegado de plantão do 4º Distrito Policial José
Carlos da Silva, que registrou o
caso.
Segundo a Polícia Civil, seguranças particulares são proibidos
por lei de usar armas. A regulamentação é do decreto federal nº
2.222/97. Segundo a polícia, "somente as polícias Federal, Civil,
Militar e bombeiros podem ter
porte de arma permanente".
"Um dos trechos dessa lei afirma que é vetada a condução ostensiva de arma de fogo por pessoa física em locais onde haja
aglomeração de pessoas", disse o
delegado Francisco de Migueli, da
Delegacia de Produtos Controlados de São Paulo.
Após o tumulto, a polícia colocou testemunhas diante de 44 seguranças para fazer o reconhecimento e nenhum deles foi apontado como o autor do disparo.
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