São Paulo, sábado, 14 de setembro de 2002

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VIOLÊNCIA

Luiz Felipe do Paraná Fischer, 17, vendia pulseiras na parte externa do ginásio da Unicamp; segurança teria atirado

Tiro mata estudante em show dos Titãs

Sergio Carvalho/Agência Anhanguera
Espectadora do show do grupo Titãs ferida por estilhaços de vidro durante tumulto no ginásio da Unicamp, em Campinas (SP)


CLAUDIO LIZA JÚNIOR
KLEBER TOMAZ
FREE-LANCE PARA A FOLHA CAMPINAS

O estudante Luiz Felipe do Paraná Fischer, 17, foi baleado e morto em frente ao ginásio da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), onde ocorria um show da banda Titãs, na madrugada de ontem.
Segundo a Polícia Civil, testemunhas afirmaram que o adolescente foi morto por um dos seguranças contratados pela organização do show. O segurança teria efetuado disparos contra um grupo de jovens que insistiam em entrar no ginásio sem pagar.
O estudante morto vendia pulseiras do lado de fora do ginásio quando foi atingido, na parte de trás da cabeça. Fischer morreu na hora, de acordo com a polícia.
Segundo o universitário R.T.M., 23, que estava do lado de fora do ginásio e prestou depoimento como testemunha, antes de Fischer ser atingido, os seguranças já haviam tentado evitar uma invasão ao ginásio disparando tiros para o alto.
O público reagiu à ação jogando garrafas e latas. Os seguranças, no entanto, teriam insistido e agredido um rapaz com socos e pontapés. Quando o jovem conseguiu escapar, um segurança teria apontado a arma para o público que participava do tumulto e atirou.
"Todo mundo correu, mas pensávamos que era tiro de borracha. Aí o pessoal viu o jovem caído de barriga para cima e muito sangue e percebemos, com surpresa, que havia sido um tiro mesmo", disse.
Segundo a organização do evento, os músicos dos Titãs chegaram a parar de tocar por 15 minutos, avisando ao público que estava dentro do ginásio que a confusão estava acontecendo do lado de fora do local.
Depois, pediram colaboração da platéia para continuarem o show. O grupo informou, por meio de sua gravadora, Abril Music, que não soube do fato no momento do show e lamenta "profundamente" o que ocorreu.
A mãe do estudante morto, Maria Aparecida Fischer, 48, disse que pediu para que seu filho não ir à Unicamp ontem. "Eu estava com um mau pressentimento", disse a mãe.

Seguranças
A empresa Queops, Quefren e Miqueirinos Musics Promoções Ltda., que organizou o show, informou que o evento atraiu um público de 4.780 pagantes à Unicamp. Ela sustenta que contratou 50 seguranças da empresa Couto Segurança e que eles normalmente não atuam armados.
A polícia, no entanto, apreendeu uma pistola 380 com o chefe dos seguranças.
"Vamos fazer um exame de balística para verificar se os disparos foram efetuados por essa mesma arma", disse o delegado de plantão do 4º Distrito Policial José Carlos da Silva, que registrou o caso.
Segundo a Polícia Civil, seguranças particulares são proibidos por lei de usar armas. A regulamentação é do decreto federal nº 2.222/97. Segundo a polícia, "somente as polícias Federal, Civil, Militar e bombeiros podem ter porte de arma permanente".
"Um dos trechos dessa lei afirma que é vetada a condução ostensiva de arma de fogo por pessoa física em locais onde haja aglomeração de pessoas", disse o delegado Francisco de Migueli, da Delegacia de Produtos Controlados de São Paulo.
Após o tumulto, a polícia colocou testemunhas diante de 44 seguranças para fazer o reconhecimento e nenhum deles foi apontado como o autor do disparo.
O estudante Luiz Felipe do Paraná Fischer, 17, foi baleado e morto em frente ao ginásio da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), onde ocorria um show da banda Titãs, na madrugada de ontem.
Segundo a Polícia Civil, testemunhas afirmaram que o adolescente foi morto por um dos seguranças contratados pela organização do show. O segurança teria efetuado disparos contra um grupo de jovens que insistiam em entrar no ginásio sem pagar.
O estudante morto vendia pulseiras do lado de fora do ginásio quando foi atingido, na parte de trás da cabeça. Fischer morreu na hora, de acordo com a polícia.
Segundo o universitário R.T.M., 23, que estava do lado de fora do ginásio e prestou depoimento como testemunha, antes de Fischer ser atingido, os seguranças já haviam tentado evitar uma invasão ao ginásio disparando tiros para o alto.
O público reagiu à ação jogando garrafas e latas. Os seguranças, no entanto, teriam insistido e agredido um rapaz com socos e pontapés. Quando o jovem conseguiu escapar, um segurança teria apontado a arma para o público que participava do tumulto e atirou.
"Todo mundo correu, mas pensávamos que era tiro de borracha. Aí o pessoal viu o jovem caído de barriga para cima e muito sangue e percebemos, com surpresa, que havia sido um tiro mesmo", disse.
Segundo a organização do evento, os músicos dos Titãs chegaram a parar de tocar por 15 minutos, avisando ao público que estava dentro do ginásio que a confusão estava acontecendo do lado de fora do local.
Depois, pediram colaboração da platéia para continuarem o show. O grupo informou, por meio de sua gravadora, Abril Music, que não soube do fato no momento do show e lamenta "profundamente" o que ocorreu.
A mãe do estudante morto, Maria Aparecida Fischer, 48, disse que pediu para que seu filho não ir à Unicamp ontem. "Eu estava com um mau pressentimento", disse a mãe.

Seguranças
A empresa Queops, Quefren e Miqueirinos Musics Promoções Ltda., que organizou o show, informou que o evento atraiu um público de 4.780 pagantes à Unicamp. Ela sustenta que contratou 50 seguranças da empresa Couto Segurança e que eles normalmente não atuam armados.
A polícia, no entanto, apreendeu uma pistola 380 com o chefe dos seguranças.
"Vamos fazer um exame de balística para verificar se os disparos foram efetuados por essa mesma arma", disse o delegado de plantão do 4º Distrito Policial José Carlos da Silva, que registrou o caso.
Segundo a Polícia Civil, seguranças particulares são proibidos por lei de usar armas. A regulamentação é do decreto federal nº 2.222/97. Segundo a polícia, "somente as polícias Federal, Civil, Militar e bombeiros podem ter porte de arma permanente".
"Um dos trechos dessa lei afirma que é vetada a condução ostensiva de arma de fogo por pessoa física em locais onde haja aglomeração de pessoas", disse o delegado Francisco de Migueli, da Delegacia de Produtos Controlados de São Paulo.
Após o tumulto, a polícia colocou testemunhas diante de 44 seguranças para fazer o reconhecimento e nenhum deles foi apontado como o autor do disparo.


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