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Emendas foram rejeitadas em debate
DA REPORTAGEM LOCAL
Radical ou comedida, a rejeição
às emendas que propunham mexer pontualmente no zoneamento da cidade -vetadas ontem pela prefeita Marta Suplicy (PT)-,
foi unânime entre os participantes do debate sobre o Plano Diretor, promovido pela Folha na última terça-feira à noite.
"Nós ficamos chocados", afirmou o vice-presidente da Associação Comercial de São Paulo,
Luciano Wertheim. "Não é possível inserir modificações que
criam privilégios para meia-dúzia
de favorecidos. Outros associados
têm o mesmo direito que teriam
eventualmente os proprietários
de onde foi mudado", disse.
Wertheim era um dos quatro
convidados que formavam a mesa do debate, mediado pelo editor
de Opinião da Folha, Vinicius
Mota. Ricardo Yazbek, conselheiro do Secovi (sindicato das imobiliárias e construtoras), Evaniza
Rodrigues, diretora da União dos
Movimentos de Moradia (UMM)
e Regina Monteiro, diretora do
movimento Defenda São Paulo,
completavam o grupo.
"O zoneamento da cidade precisa ser revisto? Com certeza não é
só nos pontos para onde foram
feitas as famosas emendas. Esse
processo não pode ser maculado
por esses interesses menores",
afirmou Evaniza Rodrigues.
O representante do setor imobiliário, Ricardo Yazbek, também
criticou as mudanças de zoneamento, mas elogiou o plano. "Temos muita restrição a esse processo final de aprovação, mas é importante que se diga: isso representa muito pouco pelo tamanho
da importância do Plano Diretor.
Eu diria que é menos de 1%."
A quantificação provocou reações na platéia e na diretora do
Defenda São Paulo, que classificou o 1% como "aquela coisinha
de alguns milhões de dólares".
"Não foi apenas 1%. Essas propostas que foram incluídas fizeram com que isso o que foi aprovado deixe de ser um plano diretor. É ilegal", afirmou o arquiteto
Ari Albano, um dos participantes
da platéia que pediu aparte.
Endossada por outros participantes, Regina Monteiro criticou
a forma como o zoneamento da
cidade tem sido tratado pela gestão Marta Suplicy (PT) e pela Câmara Municipal. "A atual administração começou com uma coisa estranha. Olha, se pagar uma
taxa, pode ficar na rua mais famosa do Brasil", disse, ironicamente.
Regina referia-se à alameda Gabriel Monteiro da Silva (zona oeste), cujas lojas irregulares foram
alvo de ação do Ministério Público. Ano passado, a prefeita afirmou que a rua era uma das mais
bonitas do país. Na ocasião, a prefeitura chegou a estudar um projeto de lei que cobrava do comércio ilegal, por sua permanência.
Excluída a questão do zoneamento, o Plano Diretor foi elogiado no debate. "Eu diria que o plano está razoavelmente bom", disse Ricardo Yazbek, do Secovi.
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