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Charbonneau é "alma" da escola
DA REPORTAGEM LOCAL
Fundado em 1952 por um grupo de religiosos canadenses, sob a direção do padre Lionel Corbeil, o Colégio Santa Cruz constituiu-se em um símbolo de educação arrojada numa época em que as escolas tradicionais não se preocupavam em desenvolver o senso crítico do aluno.
Especialmente após a chegada de outro padre canadense, Paul-Eugène Charbonneau, em 1959, considerado até hoje a "alma" do Santa Cruz, o aluno era bombardeado por discussões filosóficas e éticas, baseadas em textos de Sartre, Dostoiévski, Kafka e Camus.
Filósofo humanista, Charbonneau escreveu 45 livros e sempre esteve envolvido em temas polêmicos que o celebrizaram, como a reforma agrária, as drogas, o
aborto e os anticoncepcionais.
"Os padres canadenses trouxeram uma visão moderna do catolicismo, mudando o padrão da
educação de São Paulo", afirma
Mauro Aguiar, 52, diretor-presidente do Colégio Bandeirantes.
Corbeil e Charbonneau, já mortos, eram da Congregação de Santa Cruz, criada na França em 1835.
Segundo Aguiar, a experiência
fez com que outros colégios tradicionais da época repensassem o
modelo de educação. "As outras
escolas ensinavam a decorar. Era
a lista de ex-presidentes, a tabuada, as regras gramaticais. No Santa Cruz, aprendemos a raciocinar", afirma o economista André
Franco Montoro Filho, 57, que estudou na escola de 1955 a 1961.
Desde a sua fundação, a escola
mantém o SAN (Serviço de Ajuda
aos Necessitados), que envolve
alunos, professores, funcionários
e pais em projetos sociais.
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