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Novo plástico, com decomposição mais rápida que o comum, divide opiniões
ANTÔNIO GOIS
DA SUCURSAL DO RIO
As soluções para minimizar
os impactos que os sacos plásticos causam ao ambiente dividem especialistas e, em vários
Estados, têm colocado em lados opostos os que defendem a
utilização de um novo tipo de
plástico fabricado com um aditivo que acelera sua decomposição e os que entendem que essa solução também causa estragos ao ambiente.
O governo de São Paulo vetou, em julho, um projeto de lei
do deputado estadual Sebastião
Almeida (PT) que obrigava comerciantes a adotar sacolas
plásticas de mais rápida decomposição -oxibiodegradáveis. No Paraná e no Rio Grande do Sul, as Assembléias Legislativas discutem a aprovação de
projetos de mesmo teor.
Em São Paulo, a principal razão apresentada pela Secretaria do Meio Ambiente para o
veto à exigência do plástico oxibiodegradável foi que ele é produzido com aditivos químicos
que contaminariam o solo e as
águas -tese com a qual os defensores do produto não concordam. Para a secretaria, melhor seria esperar a produção
de plásticos produzidos a partir
do milho ou da cana-de-açúcar.
Tanto o plástico oxibiodegradável quanto o produzido a partir do milho ou da cana -chamados de biodegradáveis- têm
decomposição muito mais rápida do que os hoje utilizados.
O plástico comum leva pelo
menos cem anos para se decompor -os oxibiodegradáveis, de 18 meses a três anos. A
principal diferença entre os
dois é que, no caso do oxibiodegradável, ele é comumente produzido a partir de derivados do
petróleo. No caso dos biodegradáveis, são fontes renováveis de
energia, menos poluentes.
"O melhor seria não usar
plástico, não importa se é o
usual ou o degradável", diz Sabetai Calderoni, do Instituto
Brasil Ambiente. O ambientalista cita experiências feitas nos
EUA e na Suíça de desestímulo
ao uso do plástico em troca de
sacolas de lona ou pano.
O pesquisador do Instituto
de Mudanças Globais da Coppe/UFRJ, Luciano Basto, pondera que ainda não há substituto para o plástico, seja ele degradável ou não, no que diz respeito ao lixo doméstico.
"Hoje, acho improvável que
alguém deixe de usar lixeira
sem saco de plástico. Acho que
a grande discussão seria como é
possível gerar menos lixo. Para
isso, é preciso rever nosso padrão de consumo. É como se resolvêssemos o problema da
unha encravada. É importante
fazer isso, mas o problema continua sendo o sapato que usamos, e não a unha."
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