JULIANA COISSI
DE RIBEIRÃO PRETO

O menino José Lázaro Luz havia acabado de sair de Barretos, no interior paulista, e se mudado com a família para o Bom Retiro, na capital, quando morreu Lázaro, o patriarca. O caçula virou, então, o único homem da casa.
Desde cedo, apostou no próprio esforço. Entre os muitos trabalhos, José abriu uma barraca de frutas na Ceagesp. Descobriu no coco verde o caminho para erguer seu pequeno império.
Ele buscava no Nordeste o coco consumido nas praias paulistas. Logo, montou outras lojas e se tornou, segundo parentes, um dos três maiores distribuidores da fruta no país.
E foi além. José comprou dos familiares a parte na fazenda do bisavô em Barretos. Ali, na terra famosa pela criação de gado, abriu espaço para o cultivo do coco. Além disso, também assumiu as lojas de suco de frutas nos terminais rodoviários do Tietê e da Barra Funda.
O empreendedor gostava de passar o tempo com a família. Quase todos os finais de semana, podia ser encontrado em uma de suas fazendas na cidade natal.
O gosto por helicópteros aprendeu com o filho único, que é piloto. Há quatro anos, comprou uma escola de formação de pilotos e uma empresa de táxi aéreo, administrada pelo filho Marcos.
Na tarde da última sexta, José voltava para SP em um dos seus quatro helicópteros, quando a aeronave caiu em uma área da serra do Mar.
Os corpos de José e do piloto Waldemir Ricardo da Silva Lima, 30, foram localizados no dia seguinte. José deixa a mulher Marilda, 50, e o filho, de 25 anos.

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