São Paulo, terça-feira, 14 de setembro de 2010

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Policiais são presos acusados de invadir e roubar empresa

Segundo investigação, agente e carcereiro exigiam R$ 10 mil para devolver material a donos de produtora

Sócios fizeram denúncia à corregedoria, que armou prisão em flagrante; policiais negam irregularidades

ANDRÉ CARAMANTE
DE SÃO PAULO

Os policiais civis José Cláudio Coelho Lacerda, 39, e Anibal Cardoso Chaves, 34, foram presos sob a acusação de arrombar um escritório no centro de São Paulo, levar documentos e equipamentos e exigir dinheiro para devolvê-los aos donos.
Lacerda é agente; Chaves, carcereiro. Eles trabalhavam no 28º Distrito Policial, na Freguesia do Ó (zona norte).
Conforme a investigação, em 26 de agosto, Lacerda e Chaves, sem ordem judicial, arrombaram o escritório de uma produtora de eventos e levaram o material.
Os donos da empresa, o cantor Anderson Madureira Rocha, 27, e Francisco das Chagas Pereira, 34, fizeram denúncia à corregedoria da polícia porque os homens que exigiam dinheiro se disseram policiais do 28º DP.
Segundo a investigação, Lacerda ligou para Rocha e passou a exigir R$ 10 mil (em duas parcelas de R$ 5.000, que deveriam ser entregues dentro do 28º DP).
O cantor foi ao 28º DP no dia seguinte e, segundo o que narrou à corregedoria, retirou seus documentos e equipamentos com a condição de que pagaria os R$ 10 mil no dia posterior.
Caso não pagassem, Rocha e Pereira seriam presos por estelionato, pois os policiais diziam ter achado documentos previdenciários irregularidades na produtora.
No dia 2, a corregedoria gravou uma ligação de Lacerda para Rocha na qual ele baixou o valor para R$ 8.000 e combinou o pagamento em um restaurante no centro.
Naquele dia, Lacerda e Chaves foram receber a propina, que, na verdade, era um maço de dinheiro falso.
Assim que o carcereiro pôs o dinheiro falso na meia esquerda, ele e Rocha foram presos pela corregedoria.
Lacerda e Chaves foram indiciados sob a acusação de concussão (extorsão de dinheiro praticada por funcionário público). Ambos estão no Presídio Especial da Polícia Civil, no Carandiru (zona norte), onde a reportagem não tem acesso a eles.
Após a prisão, José Claudio Coelho Lacerda respondeu criminalmente por sua conduta e cumpriu integralmente sua pena, estando, inclusive, reabilitado, com atestado de antecedentes criminais negativo.


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