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Policiais são presos acusados de invadir e roubar empresa
Segundo investigação, agente e carcereiro exigiam
R$ 10 mil para devolver material a donos de produtora
Sócios fizeram denúncia à corregedoria, que armou prisão em flagrante; policiais negam irregularidades
ANDRÉ CARAMANTE
DE SÃO PAULO
Os policiais civis José Cláudio Coelho Lacerda, 39, e
Anibal Cardoso Chaves, 34,
foram presos sob a acusação
de arrombar um escritório no
centro de São Paulo, levar
documentos e equipamentos
e exigir dinheiro para devolvê-los aos donos.
Lacerda é agente; Chaves,
carcereiro. Eles trabalhavam
no 28º Distrito Policial, na
Freguesia do Ó (zona norte).
Conforme a investigação,
em 26 de agosto, Lacerda e
Chaves, sem ordem judicial,
arrombaram o escritório de
uma produtora de eventos e
levaram o material.
Os donos da empresa, o
cantor Anderson Madureira
Rocha, 27, e Francisco das
Chagas Pereira, 34, fizeram
denúncia à corregedoria da
polícia porque os homens
que exigiam dinheiro se disseram policiais do 28º DP.
Segundo a investigação,
Lacerda ligou para Rocha e
passou a exigir R$ 10 mil (em
duas parcelas de R$ 5.000,
que deveriam ser entregues
dentro do 28º DP).
O cantor foi ao 28º DP no
dia seguinte e, segundo o
que narrou à corregedoria,
retirou seus documentos e
equipamentos com a condição de que pagaria os R$ 10
mil no dia posterior.
Caso não pagassem, Rocha e Pereira seriam presos
por estelionato, pois os policiais diziam ter achado documentos previdenciários irregularidades na produtora.
No dia 2, a corregedoria
gravou uma ligação de Lacerda para Rocha na qual ele
baixou o valor para R$ 8.000
e combinou o pagamento em
um restaurante no centro.
Naquele dia, Lacerda e
Chaves foram receber a propina, que, na verdade, era
um maço de dinheiro falso.
Assim que o carcereiro pôs
o dinheiro falso na meia esquerda, ele e Rocha foram
presos pela corregedoria.
Lacerda e Chaves foram indiciados sob a acusação de
concussão (extorsão de dinheiro praticada por funcionário público). Ambos estão
no Presídio Especial da Polícia Civil, no Carandiru (zona
norte), onde a reportagem
não tem acesso a eles.
Após a prisão, José Claudio Coelho Lacerda respondeu criminalmente por sua conduta e cumpriu integralmente sua pena, estando, inclusive, reabilitado, com atestado de antecedentes criminais negativo.
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