São Paulo, segunda, 14 de setembro de 1998

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Furnas já perdeu 18 torres

FERNANDO MENDONÇA
da Agência Folha, em Curitiba

Antes do suposto atentado de ontem, Furnas já havia perdido, somente nos últimos dez meses, 18 torres de transmissão de energia elétrica.
As quedas anteriores, no entanto, não foram causadas por bombas, mas provocadas por fortes vendavais ocorridos na região oeste do Paraná.
Em 2 de novembro do ano passado, ventos de até 110 km/h derrubaram dez torres na região de Vera Cruz do Oeste (559 km a oeste de Curitiba).
As duas linhas de Furnas que partem da hidrelétrica de Itaipu ficaram interrompidas. Turbinas da binacional tiveram de ser desligadas. Houve ameaça de colapso no fornecimento de energia elétrica para o Centro-Sul do Brasil.
O fornecimento foi garantido pelas unidades do lado paraguaio, que utilizam sistema distinto de distribuição, não danificado pelo vendaval.
O segundo acidente ocorreu em abril deste ano, quando sete torres nas duas linhas de Furnas tombaram por causa de um vendaval de 80 km/h em Campina da Lagoa (oeste do Paraná).
Com a queda das torres, houve quebra da capacidade de transmissão da energia gerada pela hidrelétrica de Itaipu, provocando cortes seletivos de energia elétrica em algumas cidades dos Estados do Centro-Sul.
O risco de blecaute, no entanto, só foi afastado com a chegada do feriado da Semana Santa, quando o consumo de energia elétrica se reduziu. Na semana seguinte, a transmissão em uma das linhas já havia sido restabelecida.
As linhas 1 e 2 de Furnas partem paralelamente de Foz do Iguaçu (PR) e terminam na estação de Tijuco Preto, em Mogi das Cruzes (50 km a leste de São Paulo). São 3.902 torres de transmissão em 904 km de extensão. A altura das estruturas varia de 37 m a 52 m.
Porta de entrada
O vendaval que derrubou as torres de Furnas em abril é uma ocorrência meteorológica comum na região oeste do Paraná durante o outono e a primavera.
Segundo o Sistema Meteorológico do Paraná, o oeste paranaense é a porta de entrada das frentes frias que vêm do Paraguai e da Argentina.
A região também recebe as massas quentes da Amazônia e dos charcos bolivianos e paraguaios.



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