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15 menores ficam feridos durante rebelião de oito horas na Febem
ELIANE SILVA
DA AGÊNCIA FOLHA,
EM SÃO JOSÉ DO RIO PRETO
Pelo menos 15 menores e dez
funcionários ficaram feridos em
rebelião ocorrida ontem na unidade da Febem de São José do Rio
Preto ( 451 km de São Paulo).
A revolta dos 41 internos, armados com paus e estiletes improvisados, durou cerca de oito horas,
foi a mais longa da unidade e só
foi controlada às 17h, após a entrada de cerca de 60 monitores e
agentes de segurança.
Após a entrada dos agentes,
houve quebra-quebra e confronto
durante vinte minutos. O funcionário Flávio Tanaka, com hemorragia no ouvido em decorrência
de uma "cadeirada", foi internado
na Santa Casa. Nenhum menor
foi transferido para hospitais.
O diretor da unidade, Luciano
Caccia, não deu declarações até o
fechamento desta edição. Advogado de Catanduva, Caccia assumiu o cargo há dez dias e já enfrentou duas rebeliões e dez fugas
nesse período.
Os 20 funcionários da Febem de
Rio Preto tiveram o reforço de 27
agentes da unidade do Tatuapé
(SP) e outros de Araçatuba e Ribeirão Preto. No final da rebelião,
os funcionários apresentaram à
imprensa centenas de pedaços de
paus, estiletes, pedaços de metal
de cadeiras, vidros e até um rastelo que teriam sido apreendidos
com os menores durante revista.
Os jornalistas foram impedidos
de entrar no prédio.
Adalberto Carlos da Silva, 37,
diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Entidades de Assistência ao Menor e à Família do Estado de São Paulo, disse que a revolta foi causada pela omissão da
Promotoria e da Justiça da Infância e Juventude de Rio Preto.
O juiz Osni Assis Pereira e o
promotor Claudio dos Santos
Morais não foram encontrados
pela reportagem ontem.
"Há cinco meses estamos denunciando o clima de violência na
unidade. Os funcionários e os meninos mais fracos correm risco",
disse Silva.
Pela manhã, os funcionários se
recusaram a entrar no prédio e
pediram a intervenção da Polícia
Militar para desarmar os menores. O pedido não foi aceito.
Segundo o diretor do sindicato,
os adolescentes mais violentos devem ser transferidos nos próximos dias. A Febem da cidade foi
inaugurada no ano passado como
unidade-modelo. A idéia era ser
uma espécie de comunidade terapêutica dirigida por um padre
que abrigasse apenas menores da
região que fossem primários ou
usuários de drogas.
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