São Paulo, sexta-feira, 14 de outubro de 2005
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ENSINO INFANTIL Projeto que busca reduzir parte do déficit de 126 mil vagas prevê início de obras neste ano Prefeitura anuncia mais creches em CEUs
DANIELA TÓFOLI DA REPORTAGEM LOCAL A gestão José Serra (PSDB) promete agir em três frentes para combater o maior problema da educação municipal hoje: a falta de vagas em creches. Para reduzir a fila de 126 mil crianças, diz que vai criar 20.155 vagas novas, abrir o Curso de Mães e tentar fazer com que as empresas só paguem o auxílio-creche mediante o recolhimento do recibo. A abertura das novas vagas acontecerá com a construção de três centros de educação infantil, os CEIs, dentro de CEUs já existentes e nove no entorno deles, além da transformação de oito escolas estaduais em creches. Daí surgirão 6.820 vagas. As demais virão da ampliação de vagas em CEIs já em funcionamento e da construção de 28 novas unidades no ano que vem. As obras nos CEUs estão previstas para começar até o fim do ano. Cada nova creche terá 300 vagas. "A vantagem nesse caso [dos CEUs] é que já temos o terreno e toda a infra-estrutura", afirma o secretário da Educação, José Aristodemo Pinotti. O projeto das novas creches, no entanto, ainda não está concluído e não se sabe se ele seguirá o mesmo padrão arquitetônico das que já existem nos CEUs (as que estão em funcionamento têm salas funcionando em uma estrutura circular). "Mas sabemos que elas seguirão o mesmo padrão de qualidade", diz ele. Já as escolas cedidas pelo Estado vão passar por adaptações assim que o processo burocrático estiver pronto. "O Gabriel Chalita [secretário estadual de Educação] já autorizou. Só estamos aguardando os trâmites jurídicos", afirma Pinotti. Para estimular a criança ainda em casa, o projeto Escola das Mães vai dar orientações sobre educação e estimulação das crianças. "Assim, elas poderão cuidar dos filhos em casa sem precisar colocá-los na creche." O curso começará no início do ano que vem, será gratuito e deverá ocorrer nos 21 CEUs. Controle de auxílio Outra medida que tem como objetivo diminuir a fila por vagas é fazer um acordo com as empresas para que elas só paguem o auxílio-creche se receberem o comprovante de que o dinheiro foi usado para esse fim. "Muitas mulheres acabam incorporando os valores do auxílio, que varia de R$ 40 a R$ 300, ao salário e procuram a prefeitura para que o filho possa estudar", conta Pinotti. Se o recibo fosse exigido, afirma, em dois anos seria possível reduzir a fila em 40 mil vagas. Presidente do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), Cláudio Vaz conta que foi procurado por Pinotti, mas acha que será mais fácil enviar à prefeitura a lista das mães que recebem o auxílio. "Vai ser complicado exigir o recibo, mas queremos colaborar e estamos discutindo o assunto." Na fila Mais de 1.500 crianças estão na espera por uma vaga no CEU Jambeiro (zona leste). Nicole, 2, é uma delas. Sua mãe, Samira Jordano, 22, babá, conta que há dois anos colocou a filha na espera porque precisa trabalhar. Até agora, nenhum chamado. "É bem difícil porque tenho de deixá-la com quem aparece." Texto Anterior: Ensino: País investe em educação menos do que diz Próximo Texto: Marketing na escola: Propaganda em uniforme escolar terá de passar por concorrência Índice |
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