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Assaltantes fazem arrastão em prédio na alameda Campinas
Quadrilha entrou em cinco dos 12 apartamentos; polícia investiga envolvimento de funcionários do prédio no crime
Ação demorou duas horas e meia; um dos suspeitos foi preso após ser atropelado, mas nenhum pertence das vítimas foi recuperado
KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL
Um grupo de sete criminosos
armados com pistolas e metralhadoras fez um arrastão ontem pela manhã em cinco dos
12 apartamentos -um por andar- de um prédio residencial
nos Jardins, bairro nobre da zona oeste de São Paulo.
Durante duas horas e meia, a
quadrilha levou dinheiro, jóias,
laptops, celulares, roupas, óculos, e relógios de grife dos moradores, que foram ameaçados
de morte. Um deles foi agredido com socos. As vítimas são
advogados, executivos, empresários e estudantes.
Durante a fuga, um suspeito
foi preso em flagrante pela Polícia Militar. A Polícia Civil investiga o possível envolvimento de funcionários do prédio no
crime. O delegado José Roberto Pedroso, do 78º Distrito Policial, nos Jardins, afirmou que
a quadrilha recebeu informações sobre os condôminos.
"Sabiam quais eram seus empregos e onde estavam seus
pertences", disse Pedroso.
A ação teve início às 5h30, em
um prédio na alameda Campinas. Um homem simulou ser
funcionário da empresa que
presta serviços ao condomínio.
Para isso, mostrou um papel
com o endereço, telefone e nome da representante ao porteiro, que abriu o portão.
Assim que entrou, o criminoso rendeu o porteiro e trocou
sua roupa pela do funcionário
do prédio. O objetivo era ficar
na portaria, fingindo ser um
empregado, para não levantar
suspeitas dos moradores.
Por rádio, o restante da quadrilha foi chamado e entrou na
garagem com dois carros -um
Gol e um Siena pretos. As 15 câmeras do prédio estavam desligadas havia uma semana devido a problemas técnicos e não
gravaram os bandidos -dois
deles usavam máscaras.
Cerca de 20 pessoas, entre
moradores e empregados, foram abordadas e levadas ao
subsolo, onde ficaram trancadas em uma sala. "Acordei com
bandidos apontando armas para a minha cabeça. Entreguei o
que eles queriam, senão nos
matariam e sequestrariam meu
filho", disse uma mulher de 56
anos, que afirmou ter tido um
prejuízo de R$ 1 milhão.
Os assaltantes usaram os carros para levar os pertences roubados. Minutos depois, as vítimas arrombaram a porta e pediram socorro. Um taxista ligou
para a PM, que passou a perseguir os dois veículos.
Na fuga, dois bandidos saltaram do Gol. Um deles, Anaílton
Miranda do Amaral, 24, acabou
atropelado por outro taxista.
Desarmado e caído no chão, foi
rendido por pedestres e preso
pelos policiais. Ele nega o crime
e diz que foi confundido.
Amaral foi reconhecido pelo
porteiro como o homem que o
rendeu e que trocou de roupa
com ele. O suspeito é foragido
de uma prisão no interior de
SP. Condenado há 13 anos por
roubo, havia fugido em março,
quando fora beneficiado pela
saída temporária para a Páscoa.
O último arrastão em um edifício da região havia ocorrido
no início de janeiro deste ano.
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