São Paulo, terça-feira, 14 de outubro de 2008

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Assaltantes fazem arrastão em prédio na alameda Campinas

Quadrilha entrou em cinco dos 12 apartamentos; polícia investiga envolvimento de funcionários do prédio no crime

Ação demorou duas horas e meia; um dos suspeitos foi preso após ser atropelado, mas nenhum pertence das vítimas foi recuperado

KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Um grupo de sete criminosos armados com pistolas e metralhadoras fez um arrastão ontem pela manhã em cinco dos 12 apartamentos -um por andar- de um prédio residencial nos Jardins, bairro nobre da zona oeste de São Paulo.
Durante duas horas e meia, a quadrilha levou dinheiro, jóias, laptops, celulares, roupas, óculos, e relógios de grife dos moradores, que foram ameaçados de morte. Um deles foi agredido com socos. As vítimas são advogados, executivos, empresários e estudantes.
Durante a fuga, um suspeito foi preso em flagrante pela Polícia Militar. A Polícia Civil investiga o possível envolvimento de funcionários do prédio no crime. O delegado José Roberto Pedroso, do 78º Distrito Policial, nos Jardins, afirmou que a quadrilha recebeu informações sobre os condôminos.
"Sabiam quais eram seus empregos e onde estavam seus pertences", disse Pedroso.
A ação teve início às 5h30, em um prédio na alameda Campinas. Um homem simulou ser funcionário da empresa que presta serviços ao condomínio. Para isso, mostrou um papel com o endereço, telefone e nome da representante ao porteiro, que abriu o portão.
Assim que entrou, o criminoso rendeu o porteiro e trocou sua roupa pela do funcionário do prédio. O objetivo era ficar na portaria, fingindo ser um empregado, para não levantar suspeitas dos moradores.
Por rádio, o restante da quadrilha foi chamado e entrou na garagem com dois carros -um Gol e um Siena pretos. As 15 câmeras do prédio estavam desligadas havia uma semana devido a problemas técnicos e não gravaram os bandidos -dois deles usavam máscaras.
Cerca de 20 pessoas, entre moradores e empregados, foram abordadas e levadas ao subsolo, onde ficaram trancadas em uma sala. "Acordei com bandidos apontando armas para a minha cabeça. Entreguei o que eles queriam, senão nos matariam e sequestrariam meu filho", disse uma mulher de 56 anos, que afirmou ter tido um prejuízo de R$ 1 milhão.
Os assaltantes usaram os carros para levar os pertences roubados. Minutos depois, as vítimas arrombaram a porta e pediram socorro. Um taxista ligou para a PM, que passou a perseguir os dois veículos.
Na fuga, dois bandidos saltaram do Gol. Um deles, Anaílton Miranda do Amaral, 24, acabou atropelado por outro taxista. Desarmado e caído no chão, foi rendido por pedestres e preso pelos policiais. Ele nega o crime e diz que foi confundido.
Amaral foi reconhecido pelo porteiro como o homem que o rendeu e que trocou de roupa com ele. O suspeito é foragido de uma prisão no interior de SP. Condenado há 13 anos por roubo, havia fugido em março, quando fora beneficiado pela saída temporária para a Páscoa.
O último arrastão em um edifício da região havia ocorrido no início de janeiro deste ano.


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