São Paulo, quarta-feira, 14 de outubro de 2009

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Polícia muda e promete atender em até 1 h

Desde a noite de ontem, 25 distritos policiais na zona norte e em parte da zona leste têm centralização de registros dos casos

Agora, para registro oficial imediato, casos passarão por triagem que os classificará como os que necessitam de ação policial rápida ou não


DA REPORTAGEM LOCAL

Atender o cidadão em até uma hora quando ele precisar registrar um caso criminal na Polícia Civil. Essa é uma das principais metas da gestão de José Serra (PSDB) a serem alcançadas com as mudanças no sistema de atendimento policial que começou a funcionar ontem à noite na zona norte e parte da zona leste da capital.
Desde a noite de ontem, em dias úteis, das 20h até as 8h do dia seguinte, 25 delegacias funcionam com o novo sistema -estudado ao longo do último ano-, que centraliza os registros policiais. O esquema valerá em tempo integral aos sábados, domingos e feriados.
Em julho, quando a polícia testava o sistema na cidade, a Folha encontrou casos em que a espera foi de até 12 horas e até mesmo de vítimas que não conseguiram registrar queixa.
De 13 delegacias da zona norte, quatro deverão registrar apenas casos criminais das 20h até as 8h. Nesses distritos, haverá delegado, escrivães e investigadores para atender a casos que necessitem de ação policial rápida.
Já das 12 delegacias destinadas à população da parte da zona leste mais perto do centro, apenas três têm o atendimento completo durante a noite.
O delegado Marco Antonio de Paula Santos, chefe do Decap (Departamento de Polícia Judiciária da Capital), órgão responsável pelos 93 DPs da capital, disse não ter uma lista com casos que deverão ou não merecer atendimento rápido e que essa seleção contará com o bom senso dos policiais.
Segundo ele, hoje o sistema de atendimento é ruim. "Pior do que está não ficará". As reclamações sobre atendimento nas delegacias lideraram o ranking no primeiro semestre deste ano, com 155 casos, segundo a Ouvidoria da Polícia.
Nos distritos que não terão equipes completas, o cidadão encontrará somente dois policiais que farão a triagem.
Se o policial classificar o caso como "não criminal" (casos de furtos simples, por exemplo), a vítima poderá registrar o fato à polícia em computador na delegacia e levará um protocolo, que não tem o valor de um boletim de ocorrência.
Só no dia seguinte, quando o delegado-chefe do distrito avaliar o relato da pessoa, é que será decidido se haverá ou não o registro de um boletim de ocorrência. Neste caso, a vítima tem de voltar à delegacia para pegar uma cópia do documento.
A intenção da Polícia Civil é a de que todos os 93 DPs da capital estejam enquadrados no novo esquema até fevereiro de 2010, quando apenas 30 deles terão atendimento completo à noite. (ANDRÉ CARAMANTE)


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