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Preso suspeito de clonar cartões de crédito
Segundo a polícia, técnico em informática deixava máquina em loja e, quando era usada, debitava valor e copiava dados de clientes
Conivência de lojistas de bairros como Jardins e Moema é investigada porque, segundo a polícia, eles recebiam comissão
DO "AGORA"
Um técnico em eletrônica foi
preso sob a suspeita de clonar
cartões de crédito e débito
usando uma máquina semelhante à das operadoras de crédito, que existe no comércio. O
aparelho, além de fazer a cobrança de valores, capturava as
informações dos clientes e as
armazenava para a criação de
cartões falsos.
Laércio Isidoro do Nascimento, 25, segundo a polícia,
deixava o equipamento em lojas de bairros nobres, como
Jardins, Ibirapuera e Moema,
e, em troca, dava cerca de 30%
de comissão aos lojistas -calculada sobre o lucro que obtivesse com as informações dos
clientes. A polícia investiga a
conivência de proprietários.
O técnico foi detido na sexta-feira, em um flat em Moema
(zona sul de SP), após denúncia
do próprio estabelecimento.
Com ele, foram apreendidos
mais de 470 cartões de 14 instituições bancárias diferentes e
uma máquina adaptada. A polícia também encontrou documentos de identidade de três
mulheres e um RG montado
com a foto do suspeito.
Segundo Anselmo Silvestre
Sanches, chefe dos investigadores da Delegacia de Repressão a
Roubo de Joias do Deic, a máquina sempre ficava menos de
30 dias em um comércio para
não levantar suspeitas do funcionário da operadora de crédito, que passa todos os meses para fazer a manutenção no equipamento original.
"Quando o lojista passava o
cartão, era feita a transação e os
dados da tarja magnética ficavam registrados na máquinas.
As informações eram repassadas a cartões frios que, posteriormente, eram usados no
mercado", disse o investigador.
Como o sistema era bem estruturado, Sanches diz acreditar
que o suspeito não agia sozinho. Para a polícia, ele lucrou
cerca de R$ 300 mil.
Nascimento segue preso,
pois ele já era procurado por estelionato.
O suspeito também conseguia informações de clientes
em grandes redes de magazines. Ele fazia fichas para obter
cartões e, quando o atendente
que fazia o cadastro deixava a
mesa, ele acessava o computador e conseguia ver a ficha com
os dados de outros clientes. Para guardar as informações, ele
fotografava a tela com a câmera
de seu celular. A polícia também investiga a ligação de funcionários das redes no vazamento de dados.
Outro lado
O advogado de defesa do acusado, Jeferson Badan, disse que
seu cliente não é um grande estelionatário nem pode ser classificado com um grande fabricante de cartões clonados. "Ele
simplesmente mexe com cartões. Só isso", disse.
Segundo Badan, Nascimento
agia sozinho e estava no negócio havia pouco mais de dois
meses. Quanto à fraude da máquina e o acesso de cadastro de
clientes de magazines, o advogado diz que ele "tinha uma
certa técnica para conseguir informações". O advogado afirma
que seu cliente foi absolvido da
condenação de estelionato,
mas o Ministério Público pediu
novamente sua prisão.
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