São Paulo, quarta-feira, 14 de outubro de 2009

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Preso suspeito de clonar cartões de crédito

Segundo a polícia, técnico em informática deixava máquina em loja e, quando era usada, debitava valor e copiava dados de clientes

Conivência de lojistas de bairros como Jardins e Moema é investigada porque, segundo a polícia, eles recebiam comissão


DO "AGORA"

Um técnico em eletrônica foi preso sob a suspeita de clonar cartões de crédito e débito usando uma máquina semelhante à das operadoras de crédito, que existe no comércio. O aparelho, além de fazer a cobrança de valores, capturava as informações dos clientes e as armazenava para a criação de cartões falsos.
Laércio Isidoro do Nascimento, 25, segundo a polícia, deixava o equipamento em lojas de bairros nobres, como Jardins, Ibirapuera e Moema, e, em troca, dava cerca de 30% de comissão aos lojistas -calculada sobre o lucro que obtivesse com as informações dos clientes. A polícia investiga a conivência de proprietários.
O técnico foi detido na sexta-feira, em um flat em Moema (zona sul de SP), após denúncia do próprio estabelecimento. Com ele, foram apreendidos mais de 470 cartões de 14 instituições bancárias diferentes e uma máquina adaptada. A polícia também encontrou documentos de identidade de três mulheres e um RG montado com a foto do suspeito.
Segundo Anselmo Silvestre Sanches, chefe dos investigadores da Delegacia de Repressão a Roubo de Joias do Deic, a máquina sempre ficava menos de 30 dias em um comércio para não levantar suspeitas do funcionário da operadora de crédito, que passa todos os meses para fazer a manutenção no equipamento original.
"Quando o lojista passava o cartão, era feita a transação e os dados da tarja magnética ficavam registrados na máquinas. As informações eram repassadas a cartões frios que, posteriormente, eram usados no mercado", disse o investigador. Como o sistema era bem estruturado, Sanches diz acreditar que o suspeito não agia sozinho. Para a polícia, ele lucrou cerca de R$ 300 mil.
Nascimento segue preso, pois ele já era procurado por estelionato.
O suspeito também conseguia informações de clientes em grandes redes de magazines. Ele fazia fichas para obter cartões e, quando o atendente que fazia o cadastro deixava a mesa, ele acessava o computador e conseguia ver a ficha com os dados de outros clientes. Para guardar as informações, ele fotografava a tela com a câmera de seu celular. A polícia também investiga a ligação de funcionários das redes no vazamento de dados.

Outro lado
O advogado de defesa do acusado, Jeferson Badan, disse que seu cliente não é um grande estelionatário nem pode ser classificado com um grande fabricante de cartões clonados. "Ele simplesmente mexe com cartões. Só isso", disse.
Segundo Badan, Nascimento agia sozinho e estava no negócio havia pouco mais de dois meses. Quanto à fraude da máquina e o acesso de cadastro de clientes de magazines, o advogado diz que ele "tinha uma certa técnica para conseguir informações". O advogado afirma que seu cliente foi absolvido da condenação de estelionato, mas o Ministério Público pediu novamente sua prisão.


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