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Tráfico fez "mudança política", diz oficial
DA SUCURSAL DO RIO
O subsecretário de Segurança,
coronel Lenine de Freitas, afirmou que os traficantes de drogas
fizeram uma "mudança política"
em sua atuação criminosa -praticando roubos a residências,
bancos e ônibus- para forçar a
retirada da Polícia Militar de 18
áreas ocupadas.
"Não é só uma questão econômica, para manter a renda do tráfico, mas também política. Na política das drogas, eles estão partindo para esses delitos a fim de fazer
com que o governo retire a ocupação", afirmou Freitas.
O aumento desse tipo de crime
seria, segundo ele, uma reação estratégica do tráfico à ocupação da
polícia.
"Eles (os traficantes) comentaram que iriam cometer uma série
de delitos como estratégia para
que o governo, intimidado, levantasse a ocupação. Não estou levantando hipóteses. Estou dando
fatos", disse Freitas, acrescentando que a Secretaria de Segurança
já tem relatórios sobre esse plano
dos traficantes.
Outra passo nessa reação, segundo Freitas, é a pressão sobre
moradores e líderes comunitários
-inclusive com ameaças de morte- para que eles peçam a saída
dos policiais.
Algumas comunidades já organizaram abaixo-assinados pedindo a saída da PM, segundo o subsecretário.
Ameaças
Ainda de acordo com Freitas,
um líder comunitário afirmou
que ficou com a cabeça na mira de
armas e que ele foi ameaçado de
ser morto caso não conseguisse
"levantar" a ocupação.
Freitas disse que os casos estão
sob investigação e que a Polícia
Militar não irá desocupar nenhuma das áreas.
Diversificar o crime, além de
servir como estratégia para pressionar a PM, também é uma questão de sobrevivência econômica.
O subsecretário de Segurança do
Rio afirma que os traficantes são
obrigados a atuar em outras áreas
que não o comércio de drogas para manter sua renda.
Em algumas comunidades, o
"movimento" das drogas teria
caído pela metade depois da ocupação da PM.
O subsecretário afirmou que há
também um crescimento do "crime desorganizado", com pessoas
que não são ligadas ao tráfico praticando assaltos a ônibus e a pedestres, por exemplo. Isso deverá
ser combatido com aumento do
policiamento ostensivo.
"Quero lembrar também que os
índices de homicídios por 100 mil
habitantes continuam caindo",
afirmou Freitas.
Ele disse que o boletim de ocorrência das delegacias será modificado no ano que vem para permitir que os policiais tenham mais
informações sobre os casos de homicídios.
Atualmente, não são incluídos
entre homicídios casos de encontros de cadáver e mortos durante
confrontos com a polícia.
(FE)
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