São Paulo, quinta-feira, 14 de novembro de 2002

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CRIME NO BROOKLIN

Cerca de 50 pessoas xingaram autores do crime na entrada da casa dos Richthofen; polícia nega falha no isolamento

Tumulto marca a chegada de acusados

DA REPORTAGEM LOCAL

A estudante Suzane von Richthofen, 19, o namorado dela, Daniel Cravinhos de Paula e Silva, 21, e o irmão dele, Cristian, 26, que confessaram terem matado Manfred e Marísia, pais da garota, foram xingados na manhã de ontem por cerca de 50 pessoas quando chegaram à casa da família Richthofen, no Brooklin (zona sul de São Paulo).
Recebidos com ofensas e gritos de "assassinos", os três acusados voltaram ontem à cena do crime para fazer a reconstituição do assassinato.
Os carros de que desembarcaram foram cercados por jornalistas e curiosos. Em meio ao tumulto, testemunhas disseram ter visto Daniel e Suzane receberem um tapa cada um. A suposta agressão foi objeto de comentários de policiais no interior da casa. Oficialmente, porém, a polícia negou que eles tenham sido atingidos.
O irmão da garota, Andreas, 15, também esteve no local, como testemunha. Ele foi o primeiro a chegar, às 9h55. Protegido por policiais, entrou rapidamente na casa sem falar com a imprensa.
Logo em seguida, chegaram Suzane e sua advogada, Claudia Bernasconi, 33. Elas estavam em um Kadett branco da polícia, sem inscrições ou sirenes. De acordo com policiais, não houve privilégio. A equipe indicada para buscar a garota no 89º DP (Portal do Morumbi), na zona sul, não teria outro veículo disponível.
Na chegada da estudante, curiosos batiam as mãos no carro e chamavam Suzane de "assassina". Ela chorava muito e foi abraçada por sua advogada.
Menos de um minuto depois, Cristian chegou num camburão comum do DHPP. Por último, foi a vez de Daniel. Houve gritaria nas duas situações.

Imprensa
A PM disse que não houve falhas no isolamento do local. Havia 16 PMs em oito motos e dois carros. "Ninguém foi agredido", disse Tatiana Rocha, aspirante do 12º Batalhão. O chefe da 1ª Delegacia do DHPP e responsável pelo traslado dos presos, Carlos Eduardo Vasques, também disse não ter sido informado sobre agressões. Para ele, a confusão se deveu à presença de muitos jornalistas.
A montagem de um cordão de isolamento e a "expulsão" de curiosos da frente da casa só aconteceram após o desembarque tumultuado dos acusados.
Mesmo com a chuva e o frio de ontem, a recepcionista Cristiane Mendes Reis, 26, foi ao local para "especialmente xingar Suzane". "Temos de exigir que todos eles sejam presos."


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