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CRIME NO BROOKLIN
Cerca de 50 pessoas xingaram autores do crime na entrada da casa dos Richthofen; polícia nega falha no isolamento
Tumulto marca a chegada de acusados
DA REPORTAGEM LOCAL
A estudante Suzane von Richthofen, 19, o namorado dela, Daniel Cravinhos de Paula e Silva, 21,
e o irmão dele, Cristian, 26, que
confessaram terem matado Manfred e Marísia, pais da garota, foram xingados na manhã de ontem por cerca de 50 pessoas quando chegaram à casa da família
Richthofen, no Brooklin (zona sul
de São Paulo).
Recebidos com ofensas e gritos
de "assassinos", os três acusados
voltaram ontem à cena do crime
para fazer a reconstituição do assassinato.
Os carros de que desembarcaram foram cercados por jornalistas e curiosos. Em meio ao tumulto, testemunhas disseram ter visto
Daniel e Suzane receberem um tapa cada um. A suposta agressão
foi objeto de comentários de policiais no interior da casa. Oficialmente, porém, a polícia negou
que eles tenham sido atingidos.
O irmão da garota, Andreas, 15,
também esteve no local, como
testemunha. Ele foi o primeiro a
chegar, às 9h55. Protegido por policiais, entrou rapidamente na casa sem falar com a imprensa.
Logo em seguida, chegaram Suzane e sua advogada, Claudia
Bernasconi, 33. Elas estavam
em um Kadett branco da
polícia, sem inscrições
ou sirenes. De acordo com policiais,
não houve privilégio. A equipe indicada para buscar a
garota no 89º DP
(Portal do Morumbi), na
zona sul, não teria outro veículo disponível.
Na chegada da estudante, curiosos batiam as mãos no carro e
chamavam Suzane de "assassina". Ela chorava muito e foi abraçada por sua advogada.
Menos de um minuto depois,
Cristian chegou num camburão
comum do DHPP. Por último, foi
a vez de Daniel. Houve gritaria
nas duas situações.
Imprensa
A PM disse que não houve falhas no isolamento do local. Havia
16 PMs em oito motos e dois carros. "Ninguém foi agredido", disse Tatiana Rocha, aspirante do 12º
Batalhão. O chefe da 1ª Delegacia
do DHPP e responsável pelo traslado dos presos, Carlos Eduardo
Vasques, também disse não ter sido informado sobre agressões.
Para ele, a confusão se deveu à
presença de muitos jornalistas.
A montagem de um cordão de
isolamento e a "expulsão" de curiosos da frente da casa só aconteceram após o desembarque tumultuado dos acusados.
Mesmo com a chuva e o frio de
ontem, a recepcionista Cristiane
Mendes Reis, 26, foi ao local para
"especialmente xingar Suzane".
"Temos de exigir que todos eles
sejam presos."
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