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Governo investiga suspeita de extorsão
MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO
A Corregedoria Geral Unificada
do governo do Rio investiga a informação de que Isaías da Costa
Rodrigues Filho, 12, filho do traficante Isaías do Borel, um dos líderes do Comando Vermelho, ficou
cinco horas sob o poder de policiais militares do 6º Batalhão (Tijuca, zona norte), que exigiram
R$ 15 mil para soltá-lo. A extorsão
teria ocorrido em outubro.
Segundo o corregedor Aldney
Peixoto, a informação foi passada
por uma defensora pública que
trabalha no complexo penitenciário de Bangu (zona oeste). Seu nome não foi revelado por Peixoto,
porque ela estaria sendo ameaçada de morte pelos policiais.
De acordo com a denúncia, o
suposto sequestro ocorreu às 14h
de 9 de outubro. O garoto estava
num ponto de táxi próximo ao
morro do Borel (Tijuca, zona norte) quando foi abordado por PMs
em duas Blazers do batalhão.
A defensora disse que os policiais o levaram ao morro da Chácara do Céu, vizinho ao Borel, de
onde teriam telefonado a uma das
bocas-de-fumo da favela e pedido
o dinheiro. No morro, há um Destacamento de Policiamento Ostensivo da PM que pode ter sido
usado como cativeiro.
A defensora contou que, ao receber o telefonema dos PMs, os
traficantes do Borel disseram que
teriam que falar com Isaías, que
teria se recusado a pagar o resgate.
Mesmo sem ter recebido o dinheiro, os PMs libertaram o garoto por volta das 21h do mesmo
dia, mas continuaram a fazer
ameaças, segundo a defensora.
Ela disse o nome de um policial
que teria participado do suposto
sequestro e que ao menos três teriam abordado o menino. O nome do acusado não foi revelado.
Peixoto informou que uma
equipe da corregedoria esteve ontem no Serviço Reservado da PM
para tentar descobrir a identidade
dos policiais suspeitos. Ele disse
que levará o garoto à corregedoria
para fazer um reconhecimento.
Isaías Filho, segundo Peixoto,
está morando com a madrasta em
uma casa na favela. Mesmo preso,
Isaías do Borel é considerado pela
polícia um dos principais articuladores das ações do CV fora da
cadeia e apontado "presidente da
facção" no complexo em Bangu.
Ele teria sido um dos principais
organizadores da tentativa de fuga no presídio Bangu 3 em outubro. Hoje, está em Bangu 1.
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