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CASO PEDRINHO
Delegado diz ter testemunha que reconheceu Vilma como a mulher que tirou o bebê do hospital, em 86; ela nega
Adolescente teme punição à mãe adotiva
ADRIANA CHAVES
DA AGÊNCIA FOLHA
O garoto Pedrinho ligou ontem
para o seu pai biológico, Jairo Tapajós Braule Pinto, para dizer que
teme que sua mãe adotiva, Vilma
Martins Costa, sofra algum tipo
de punição. "Ele está preocupado
com o que possa vir a acontecer
com a mãe, quer voltar para a vida
normal dele. Só queria que ele entendesse que não temos controle
sobre isso", afirmou Jairo Pinto.
Vilma continua sendo a principal suspeita da Polícia Civil do
Distrito Federal de ter fugido com
o bebê recém-nascido do Hospital Santa Lúcia, em Brasília, em 21
de janeiro de 1986. Ela nega.
Segundo o delegado Hertz de
Andrade Sanches, "uma testemunha já reconheceu efetivamente
Vilma como a autora do sequestro". Desde anteontem, ele vem
ouvindo funcionários, pacientes e
acompanhantes que estavam no
hospital na ocasião em que o menino foi sequestrado.
Ontem, o delegado esteve em
Goiânia para fazer "uma série de
diligências em repartições públicas e colher provas do suposto envolvimento da mãe adotiva no sequestro". Sanches chegou a conversar com o advogado de Vilma,
Evízio Barbosa, mas não foi definida a data em que a mãe adotiva
prestará depoimento.
Embora o crime de sequestro
tenha prescrito em 1994, Vilma
poderá ser responsabilizada por
registro falso de nascimento.
Pedrinho foi registrado como filho legítimo pelos pais adotivos
com o nome de Oswaldo Martins
Borges Júnior, três meses após seu
nascimento.
O registro falso poderá ser invalidado pela Justiça após a conclusão do inquérito, uma vez que o
garoto havia sido registrado em
Brasília como Pedro Rosalino
Braule Pinto.
Vilma só admitiu que Pedrinho
era adotado depois da divulgação
do resultado do exame de DNA
comprovando sua filiação, na última sexta-feira.
Ela tem dito que seu marido,
que morreu de câncer no mês
passado, chegou com o bebê de
Brasília, dizendo que o havia recebido de um gari.
O advogado de Vilma não foi localizado ontem. Em entrevista à
Agência Folha, anteontem, ele
disse que "mesmo que ficasse
comprovada a falsificação do registro, o que não ocorreu, ela [Vilma] teria o perdão judicial porque
colaborou com a polícia desde
que foi acionada."
No último domingo, Jairo e sua
mulher, Maria Auxiliadora Braule
Pinto, tiveram o primeiro encontro com Pedrinho. As duas famílias se reuniram em Goiânia.
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