São Paulo, quinta-feira, 14 de novembro de 2002

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CASO PEDRINHO

Delegado diz ter testemunha que reconheceu Vilma como a mulher que tirou o bebê do hospital, em 86; ela nega

Adolescente teme punição à mãe adotiva

ADRIANA CHAVES
DA AGÊNCIA FOLHA

O garoto Pedrinho ligou ontem para o seu pai biológico, Jairo Tapajós Braule Pinto, para dizer que teme que sua mãe adotiva, Vilma Martins Costa, sofra algum tipo de punição. "Ele está preocupado com o que possa vir a acontecer com a mãe, quer voltar para a vida normal dele. Só queria que ele entendesse que não temos controle sobre isso", afirmou Jairo Pinto.
Vilma continua sendo a principal suspeita da Polícia Civil do Distrito Federal de ter fugido com o bebê recém-nascido do Hospital Santa Lúcia, em Brasília, em 21 de janeiro de 1986. Ela nega.
Segundo o delegado Hertz de Andrade Sanches, "uma testemunha já reconheceu efetivamente Vilma como a autora do sequestro". Desde anteontem, ele vem ouvindo funcionários, pacientes e acompanhantes que estavam no hospital na ocasião em que o menino foi sequestrado.
Ontem, o delegado esteve em Goiânia para fazer "uma série de diligências em repartições públicas e colher provas do suposto envolvimento da mãe adotiva no sequestro". Sanches chegou a conversar com o advogado de Vilma, Evízio Barbosa, mas não foi definida a data em que a mãe adotiva prestará depoimento.
Embora o crime de sequestro tenha prescrito em 1994, Vilma poderá ser responsabilizada por registro falso de nascimento.
Pedrinho foi registrado como filho legítimo pelos pais adotivos com o nome de Oswaldo Martins Borges Júnior, três meses após seu nascimento.
O registro falso poderá ser invalidado pela Justiça após a conclusão do inquérito, uma vez que o garoto havia sido registrado em Brasília como Pedro Rosalino Braule Pinto.
Vilma só admitiu que Pedrinho era adotado depois da divulgação do resultado do exame de DNA comprovando sua filiação, na última sexta-feira.
Ela tem dito que seu marido, que morreu de câncer no mês passado, chegou com o bebê de Brasília, dizendo que o havia recebido de um gari.
O advogado de Vilma não foi localizado ontem. Em entrevista à Agência Folha, anteontem, ele disse que "mesmo que ficasse comprovada a falsificação do registro, o que não ocorreu, ela [Vilma] teria o perdão judicial porque colaborou com a polícia desde que foi acionada."
No último domingo, Jairo e sua mulher, Maria Auxiliadora Braule Pinto, tiveram o primeiro encontro com Pedrinho. As duas famílias se reuniram em Goiânia.


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