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Rebelião em presídio de Recife registra 3 mortos e 43 feridos
Policiais ocuparam o local ontem pela quarta vez e governo do Estado voltou a afirmar que a situação está controlada
Quase cem rebelados identificados como violentos ou líderes serão transferidos para outras unidades penais de PE
FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE
Policiais ocuparam ontem,
pela quarta vez, o presídio Aníbal Bruno, em Recife, para tentar conter uma rebelião iniciada no domingo, que provocou a
morte de ao menos três presos
e ferimentos em outros 43.
Uma força-tarefa -formada
por 445 policiais civis, militares
e agentes penitenciários- deve
reforçar a equipe que invadiu o
presídio na noite da última segunda. Os policiais já haviam
estado no local na manhã de segunda e no último domingo.
A força-tarefa encurralou
2.500 detentos soltos no pátio
interno e iniciou uma revista
nas celas e pavilhões. Quase
cem rebelados identificados
como violentos ou líderes serão
transferidos para outras unidades penais de Pernambuco.
Segundo o superintendente
de Segurança Penitenciária de
Pernambuco, coronel Isaac
Viana, os presos que permanecerem no Aníbal Bruno serão
divididos em três grupos e acomodados precariamente nas
celas que estiverem em melhores condições. Dos 17 pavilhões
do presídio, seis foram depredados e dois, destruídos. Um
novo pavilhão deve abrigar ainda 400 pessoas.
"Totalmente dominada"
Até a conclusão desta edição,
a situação no presídio era de
aparente controle. "A unidade
está totalmente dominada pelo
Estado", disse Viana. Desde o
início da rebelião, o governo
chegou a anunciar duas vezes o
fim do motim.
Nesse período, houve registro de três conflitos entre detentos. No primeiro, domingo,
um preso morreu. Novo tumulto ocorreu na manhã de segunda-feira. Na madrugada de ontem, mais dois homens foram
mortos.
Devido ao clima de insegurança, as visitas na unidade foram suspensas hoje. Antes da
rebelião, o Aníbal Bruno tinha
capacidade para 1.440 presos,
mas abrigava 3.930 pessoas.
Os rebelados reivindicam,
entre outras, a substituição de
dois "chaveiros" -presos que,
com autorização do governo,
têm chaves dos pavilhões- e o
fim do cadastramento dos visitantes no presídio. Das seis reivindicações, apenas a troca dos
"chaveiros" foi autorizada.
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