São Paulo, quarta-feira, 14 de novembro de 2007

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Rebelião em presídio de Recife registra 3 mortos e 43 feridos

Policiais ocuparam o local ontem pela quarta vez e governo do Estado voltou a afirmar que a situação está controlada

Quase cem rebelados identificados como violentos ou líderes serão transferidos para outras unidades penais de PE

FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

Policiais ocuparam ontem, pela quarta vez, o presídio Aníbal Bruno, em Recife, para tentar conter uma rebelião iniciada no domingo, que provocou a morte de ao menos três presos e ferimentos em outros 43.
Uma força-tarefa -formada por 445 policiais civis, militares e agentes penitenciários- deve reforçar a equipe que invadiu o presídio na noite da última segunda. Os policiais já haviam estado no local na manhã de segunda e no último domingo.
A força-tarefa encurralou 2.500 detentos soltos no pátio interno e iniciou uma revista nas celas e pavilhões. Quase cem rebelados identificados como violentos ou líderes serão transferidos para outras unidades penais de Pernambuco.
Segundo o superintendente de Segurança Penitenciária de Pernambuco, coronel Isaac Viana, os presos que permanecerem no Aníbal Bruno serão divididos em três grupos e acomodados precariamente nas celas que estiverem em melhores condições. Dos 17 pavilhões do presídio, seis foram depredados e dois, destruídos. Um novo pavilhão deve abrigar ainda 400 pessoas.

"Totalmente dominada"
Até a conclusão desta edição, a situação no presídio era de aparente controle. "A unidade está totalmente dominada pelo Estado", disse Viana. Desde o início da rebelião, o governo chegou a anunciar duas vezes o fim do motim.
Nesse período, houve registro de três conflitos entre detentos. No primeiro, domingo, um preso morreu. Novo tumulto ocorreu na manhã de segunda-feira. Na madrugada de ontem, mais dois homens foram mortos.
Devido ao clima de insegurança, as visitas na unidade foram suspensas hoje. Antes da rebelião, o Aníbal Bruno tinha capacidade para 1.440 presos, mas abrigava 3.930 pessoas.
Os rebelados reivindicam, entre outras, a substituição de dois "chaveiros" -presos que, com autorização do governo, têm chaves dos pavilhões- e o fim do cadastramento dos visitantes no presídio. Das seis reivindicações, apenas a troca dos "chaveiros" foi autorizada.


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