São Paulo, sábado, 14 de novembro de 2009

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outro lado

Obras serão reprogramadas, diz secretário

DA REPORTAGEM LOCAL

O secretário de Estado dos Transportes, Mauro Arce, disse ontem que execução das obras em estradas, apesar dos atrasos nos pagamentos e das ameaças das empreiteiras, não deve perder velocidade por conta do atraso dos pagamentos.
O que deve ocorrer, segundo Arce, é apenas uma "reprogramação" de obras, que ele não explica o que quer dizer. "Vamos calibrar e nos reprogramar", afirmou o secretário.
Diante das afirmações das empreiteiras, de que os atrasos nos pagamentos do DER já alcançam cerca de R$ 500 milhões, Arce fala em valores bem menores, embora não negue que existam atrasos.
O secretário afirma que o valor é de R$ 250 milhões. "A dívida é metade do que eles dizem e o atraso é de, no máximo, 60 dias. O resto é coisa que está dentro do prazo. Temos 30 dias para fazer a medição e outros 30 dias para o pagamento. O raciocínio deles para chegar a esse número deve ser o de que, se ainda não pagamos, é sinal de que não vamos pagar o resto."
De acordo com Arce, o buraco no orçamento do DER (Departamento de Estradas de Rodagem) está prestes a ser sanado, ao menos parcialmente.
"Temos uma suplementação sendo negociada com as secretarias do Planejamento e da Fazenda. Agora também está entrando uma parte do dinheiro do BID e do Bird. Estamos baixando a dívida", disse ele.
O secretário afirma que não acredita que o DER consiga executar todo o valor que faltou em seu orçamento até o final deste ano, mas diz que deve chegar perto do que considera um mínimo necessário.
Em relação às demissões -6.000 em dois meses, segundo Sinicesp, ou 5.000 em cinco meses, segundo o sindicato dos trabalhadores-, Arce afirma duvidar que as dívidas do governo com as empreiteiras seja a razão do número de cortes.
"Muitas empresas estão demitindo porque várias dessas obras estão em fase de finalização. O que eu posso fazer se as obras estão terminando? Para onde vão as pessoas? Para outras", afirma Arce.
A Folha procurou a Secretaria da Fazenda ontem à tarde, para saber se existem dificuldades com a execução orçamentária e com empréstimos internacionais para a Secretaria dos Transportes.
A princípio, segundo a Fazenda, os repasses internacionais estão em dia. (JOANA CUNHA e JOSÉ ERNESTO CREDENDIO)


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