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outro lado
Obras serão reprogramadas, diz secretário
DA REPORTAGEM LOCAL
O secretário de Estado dos
Transportes, Mauro Arce, disse
ontem que execução das obras
em estradas, apesar dos atrasos
nos pagamentos e das ameaças
das empreiteiras, não deve perder velocidade por conta do
atraso dos pagamentos.
O que deve ocorrer, segundo
Arce, é apenas uma "reprogramação" de obras, que ele não
explica o que quer dizer. "Vamos calibrar e nos reprogramar", afirmou o secretário.
Diante das afirmações das
empreiteiras, de que os atrasos
nos pagamentos do DER já alcançam cerca de R$ 500 milhões, Arce fala em valores bem
menores, embora não negue
que existam atrasos.
O secretário afirma que o valor é de R$ 250 milhões. "A dívida é metade do que eles dizem e
o atraso é de, no máximo, 60
dias. O resto é coisa que está
dentro do prazo. Temos 30 dias
para fazer a medição e outros
30 dias para o pagamento. O raciocínio deles para chegar a esse número deve ser o de que, se
ainda não pagamos, é sinal de
que não vamos pagar o resto."
De acordo com Arce, o buraco no orçamento do DER (Departamento de Estradas de Rodagem) está prestes a ser sanado, ao menos parcialmente.
"Temos uma suplementação
sendo negociada com as secretarias do Planejamento e da Fazenda. Agora também está entrando uma parte do dinheiro
do BID e do Bird. Estamos baixando a dívida", disse ele.
O secretário afirma que não
acredita que o DER consiga
executar todo o valor que faltou
em seu orçamento até o final
deste ano, mas diz que deve
chegar perto do que considera
um mínimo necessário.
Em relação às demissões
-6.000 em dois meses, segundo Sinicesp, ou 5.000 em cinco
meses, segundo o sindicato dos
trabalhadores-, Arce afirma
duvidar que as dívidas do governo com as empreiteiras seja
a razão do número de cortes.
"Muitas empresas estão demitindo porque várias dessas
obras estão em fase de finalização. O que eu posso fazer se as
obras estão terminando? Para
onde vão as pessoas? Para outras", afirma Arce.
A Folha procurou a Secretaria da Fazenda ontem à tarde,
para saber se existem dificuldades com a execução orçamentária e com empréstimos
internacionais para a Secretaria dos Transportes.
A princípio, segundo a Fazenda, os repasses internacionais estão em dia.
(JOANA CUNHA e JOSÉ ERNESTO CREDENDIO)
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