São Paulo, domingo, 14 de novembro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Cidades turísticas lidam mal com esgoto

No litoral de São Paulo, coleta não chega a 50%

DE SÃO PAULO

Embora a riqueza ambiental seja um dos principais fatores de atração turística, a relação entre cidades com essa vocação econômica e os indicadores de saneamento básico é normalmente ruim.
O desempenho de Campos do Jordão em coleta de esgoto (44% do total) é tão deficiente quanto o de outras cidades turísticas de São Paulo, como Ubatuba (30%), Ilhabela (36%), Bertioga (40%) e São Sebastião (42%).
"Ainda bem que estão acordando para o problema, senão matam a galinha dos ovos de ouro", afirma Édison Carlos, presidente-executivo do Instituto Trata Brasil, entidade que estuda o setor de saneamento em parceria com instituições como a Fundação Getulio Vargas.
Segundo ele, "existiu por muito tempo essa ideia de que, jogando no mar, está tudo resolvido". Para ele, o Onda Limpa, programa do governo de SP, é um exemplo de mudança de atitude.
O Onda Limpa, diz a Secretaria de Estado de Saneamento e Energia, vai investir R$ 1,9 bilhão para elevar de 53% para 95% o índice de coleta no litoral sul e de 35% para 85% no litoral norte.
Para Carlos, a omissão afastou o turista das praias centrais, levando com ele hotéis, comércio, rodovias e outros tipos de infraestrutura. Ele cita grandes centros turísticos com desempenho ruim. "Maceió coleta só 31% do esgoto, Fortaleza, 46%, e Recife, 37%. O turista acha que terá praia limpa e nem sempre isso é verdade."
Segundo o Trata Brasil, são necessários R$ 270 bilhões para levar a coleta e o tratamento de esgoto a toda a população. O PAC, do governo federal, prevê investimento médio em saneamento de R$ 10 bilhões por ano.


Texto Anterior: Há 50 Anos
Próximo Texto: Análise: Saneamento básico e turismo: o que essas coisas têm em comum
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.