São Paulo, sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

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SC quer "importar" policial argentino no verão

Estado negocia vinda de agentes para ajudar no combate a crimes na alta temporada em Florianópolis e Balneário Camboriú

Idéia é que eles atuem em conjunto com Polícia Civil nas investigações e no auxílio aos visitantes que forem vítimas de crimes

FELIPE BÄCHTOLD
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FLORIANÓPOLIS

O governo de Santa Catarina providencia a vinda de policiais da Argentina para auxiliar no combate à criminalidade na alta temporada de verão. Dos estrangeiros que visitam o Estado, quase 90% são do país.
Uma proposta já foi encaminhada ao governo argentino e tem o apoio do consulado local do país.
O plano é ter pelo menos dois policiais argentinos em Florianópolis e outros dois em Balneário Camboriú (84 km da capital catarinense), um dos principais destinos turísticos do Estado.
Segundo a Secretaria da Segurança do Estado, a idéia é diminuir uma "sensação de liberdade" entre os turistas estrangeiros, que não temem cometer infrações porque os policiais catarinenses raramente levam adiante os inquéritos sobre visitantes de outros países.
A polícia da Argentina atuará apenas junto à Polícia Civil do Estado na investigação de ocorrências, conforme a proposta. Também deve trabalhar no auxílio a visitantes do país que forem vítimas de crimes em Santa Catarina.
Os policiais não vão atuar em casos envolvendo brasileiros nem abordarão turistas nas ruas.

Ocorrências
Nos três meses da última temporada de verão, passaram pelo Estado 195 mil turistas argentinos, de acordo com o governo de Santa Catarina.
Nesse período, houve 138 ocorrências envolvendo os visitantes do país vizinho, como perda de documentos e acidentes de trânsito. Também há registros de perturbação ao sossego.
A maioria dos casos ocorreu em Balneário Camboriú.
Com a vinda de quatro policiais, cada um deve ser responsável por mais de 48 mil turistas. O governo de Santa Catarina estima que o Estado irá receber no mínimo o mesmo número de turistas argentinos que no verão passado.

Comunicação
A argentina Mirta Olimpia, que vive há dez anos em Florianópolis e trabalha em uma agência de viagens, diz aprovar a idéia. "O turista [da Argentina] se sente muito só quando acontece alguma coisa aqui", afirma.
Para ela, que mora em Canasvieiras -praia considerada reduto de argentinos na capital catarinense-, o visitante não consegue se comunicar bem com as autoridades por causa do idioma diferente e da falta de preparo da polícia local.
O governo de Santa Catarina espera uma resposta do Ministério das Relações Exteriores da Argentina.
Se o intercâmbio for aprovado, os policiais só devem atuar a partir de janeiro.


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