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SC quer "importar" policial argentino no verão
Estado negocia vinda de agentes para ajudar no combate a crimes na alta temporada em Florianópolis e Balneário Camboriú
Idéia é que eles atuem em conjunto com Polícia Civil nas investigações e no auxílio aos visitantes que forem vítimas de crimes
FELIPE BÄCHTOLD
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FLORIANÓPOLIS
O governo de Santa Catarina
providencia a vinda de policiais
da Argentina para auxiliar no
combate à criminalidade na alta temporada de verão. Dos estrangeiros que visitam o Estado, quase 90% são do país.
Uma proposta já foi encaminhada ao governo argentino e
tem o apoio do consulado local
do país.
O plano é ter pelo menos dois
policiais argentinos em Florianópolis e outros dois em Balneário Camboriú (84 km da
capital catarinense), um dos
principais destinos turísticos
do Estado.
Segundo a Secretaria da Segurança do Estado, a idéia é diminuir uma "sensação de liberdade" entre os turistas estrangeiros, que não temem cometer
infrações porque os policiais
catarinenses raramente levam
adiante os inquéritos sobre visitantes de outros países.
A polícia da Argentina atuará
apenas junto à Polícia Civil do
Estado na investigação de ocorrências, conforme a proposta.
Também deve trabalhar no auxílio a visitantes do país que forem vítimas de crimes em Santa Catarina.
Os policiais não vão atuar em
casos envolvendo brasileiros
nem abordarão turistas nas
ruas.
Ocorrências
Nos três meses da última
temporada de verão, passaram
pelo Estado 195 mil turistas argentinos, de acordo com o governo de Santa Catarina.
Nesse período, houve 138
ocorrências envolvendo os visitantes do país vizinho, como
perda de documentos e acidentes de trânsito. Também há
registros de perturbação ao
sossego.
A maioria dos casos ocorreu
em Balneário Camboriú.
Com a vinda de quatro policiais, cada um deve ser responsável por mais de 48 mil turistas. O governo de Santa Catarina estima que o Estado irá receber no mínimo o mesmo número de turistas argentinos que no
verão passado.
Comunicação
A argentina Mirta Olimpia,
que vive há dez anos em Florianópolis e trabalha em uma
agência de viagens, diz aprovar
a idéia. "O turista [da Argentina] se sente muito só quando
acontece alguma coisa aqui",
afirma.
Para ela, que mora em Canasvieiras -praia considerada reduto de argentinos na capital
catarinense-, o visitante não
consegue se comunicar bem
com as autoridades por causa
do idioma diferente e da falta
de preparo da polícia local.
O governo de Santa Catarina
espera uma resposta do Ministério das Relações Exteriores
da Argentina.
Se o intercâmbio for aprovado, os policiais só devem atuar a
partir de janeiro.
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