São Paulo, segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

foco

Família de Matuiti Mayezo vai decidir o destino de quase meio século de fotos

DA REPORTAGEM LOCAL

A família vai mapear o acervo do fotógrafo Matuiti Mayezo, que morreu na última sexta-feira, aos 78 anos, após parada respiratória. Matuiti, que tem quase meio século dedicado à fotografia, trabalhou por 41 anos e sete meses na Folha, de onde se afastou em julho por problemas de saúde. Ele foi enterrado anteontem no cemitério do Jaraguá, em São Paulo.
O trabalho de pesquisa das imagens e negativos será feito pelo enteado Merchid Arab, 52. Ele não sabe quantas fotos o padrasto deixou e o que fará com elas, mas, entre as possibilidades, está doar o acervo, que está na casa do fotógrafo.
Será o primeiro contato dele com o acervo de Matuiti. O fotógrafo, conta Merchid, não gostava que ninguém mexesse nas fotografias ou nas câmeras que mantinha em casa.
"Seu Matu", como era conhecido, registrou pela Folha o incêndio no edifício Joelma, em 1974, e a campanha das Diretas Já, em 1984, entre outras grandes coberturas. Metódico, chegava às 6h à Redação e logo saía à caça de notícias. Neste ano, já afastado do trabalho, costumava ligar para o jornal para avisar sobre notícias que via pela TV.
Foi o único profissional da Folha a não aderir às câmeras digitais, que dizia detestar. Segundo os colegas, amava o ofício e gostava de ensiná-lo aos mais jovens. "Ele era um dos poucos que sabiam acolher, criticar e mostrar o caminho aos fotógrafos. Por isso era considerado mestre", diz Gustavo Roth, editor-adjunto de fotografia da Folha.


Texto Anterior: Arte revelada
Próximo Texto: Mortes
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.