|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
foco
Família de Matuiti Mayezo vai decidir o destino de quase meio século de fotos
DA REPORTAGEM LOCAL
A família vai mapear o acervo do fotógrafo Matuiti Mayezo, que morreu na última
sexta-feira, aos 78 anos, após
parada respiratória. Matuiti,
que tem quase meio século
dedicado à fotografia, trabalhou por 41 anos e sete meses
na Folha, de onde se afastou
em julho por problemas de
saúde. Ele foi enterrado anteontem no cemitério do Jaraguá, em São Paulo.
O trabalho de pesquisa das
imagens e negativos será feito
pelo enteado Merchid Arab,
52. Ele não sabe quantas fotos
o padrasto deixou e o que fará
com elas, mas, entre as possibilidades, está doar o acervo,
que está na casa do fotógrafo.
Será o primeiro contato dele
com o acervo de Matuiti. O fotógrafo, conta Merchid, não
gostava que ninguém mexesse
nas fotografias ou nas câmeras
que mantinha em casa.
"Seu Matu", como era conhecido, registrou pela Folha o
incêndio no edifício Joelma,
em 1974, e a campanha das Diretas Já, em 1984, entre outras
grandes coberturas. Metódico,
chegava às 6h à Redação e logo
saía à caça de notícias. Neste
ano, já afastado do trabalho,
costumava ligar para o jornal
para avisar sobre notícias que
via pela TV.
Foi o único profissional da
Folha a não aderir às câmeras
digitais, que dizia detestar. Segundo os colegas, amava o ofício e gostava de ensiná-lo aos
mais jovens. "Ele era um dos
poucos que sabiam acolher,
criticar e mostrar o caminho
aos fotógrafos. Por isso era
considerado mestre", diz Gustavo Roth, editor-adjunto de
fotografia da Folha.
Texto Anterior: Arte revelada Próximo Texto: Mortes Índice
|