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Turista do Natal enfrenta chuva e trânsito
Para ter direito a
passeio pela
decoração de fim
de ano de São
Paulo, 352 pessoas
madrugaram na
fila para comprar
ingresso
Ao custo de R$ 10 por
passageiro, ônibus fretados
da prefeitura partem todo dia
do viaduto do Chá, às 19h30,
para fazer roteiro de Natal
VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DA REPORTAGEM LOCAL
O céu escuro, carregado de
nuvens, é o sinal de que o passeio dos ônibus fretados da prefeitura pela decoração de Natal
da cidade será diferente do esperado pelos 352 passageiros
que madrugaram na fila para
comprar o ingresso de R$ 10.
Mal parte da concentração
no viaduto do Chá, de onde sai
todos os dias às 19h30, o temporal cai e a frota para no congestionamento na avenida 23
de Maio, antes de chegar à árvore do Ibirapuera, a primeira
parada para ver as fontes iluminadas no lago do parque. Às
20h de sábado, está tudo parado no trânsito.
A maioria dos turistas é de
idosos e aposentados que vieram da periferia ou da região
metropolitana e tentam fazer a
excursão há alguns anos mas só
agora conseguiram vaga.
Já impacientes com a demora de 1 hora para embarcar, os
passageiros puxam em coro e
em palmas o nome de Tatiana,
uma guia do grupo.
"Trouxe água, lanche e remédio para pressão alta", mostra a
aposentada Giselda Lima, 74.
A também aposentada Maria
Gonçalves Torres, 77, não fala
nem ouve, mas a filha Lúcia
Irena Gonçalves, 53, diz que a
mãe bateu à porta do seu quarto às 5h da manhã no dia em
que os ingressos começaram a
ser vendidos, há duas semanas,
para não correrem o risco de
perder o passeio, que tentavam
fazer há dois anos.
Mais da metade dos 4.000 ingressos foram vendidos no primeiro dia. A procura foi tanta
que a prefeitura dobrou o número de ônibus que fazem o roteiro de Natal. No começo eram
quatro; anteontem saíram oito.
Quando chega no Ibirapuera,
debaixo de chuva, o grupo recebe uma capa de plástico e quase
ninguém vê o show de luzes e o
movimento das fontes, tantos
eram os guarda-chuvas.
"Espero chegar a tempo na
avenida Paulista, mas não depende de nós, vai ser difícil", diz
o guia José Borbolla Filho aos
turistas do Natal, enquanto explica a origem do Papai Noel, da
árvore e do próprio Natal, que
descobriu na internet.
Com o fluxo lento na subida
da rua Bela Cintra, o grupo perdeu a apresentação do coral na
agência de banco decorada em
esquina da avenida Paulista .
Na hora de voltar para Jandira, o menino Gabriel, 3, chora
nos braços da mãe, Jude Peixoto, 34, porque quer levar para
casa para os enfeites da decoração de Natal, que ele crê serem
presentes do Papai Noel.
Depois de quase quatro horas
para passar pelo parque Ibirapuera e pela Paulista, 28 dos 44
passageiros desistem do ônibus
e ficam por ali mesmo, com medo do trânsito, e esperam para
voltar sozinhos para casa.
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