São Paulo, terça-feira, 14 de dezembro de 2010

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"É mais comum atrasar do que não atrasar", diz passageira

DE SÃO PAULO

O dia da empregada doméstica Enir Maria de Jesus, 58, começa cedo, já calculando os atrasos dos ônibus que ela pega para atravessar a cidade até o Jardim Paulista (zona oeste), onde trabalha.
Os quase 40 km a partir da Cidade Tiradentes (zona leste) levam mais de duas horas.
Na quinta, ela saiu de casa às 4h10, foi até o ponto de ônibus, acompanhada pela Folha, e, após 20 minutos de espera, conseguiu entrar em um 309T com lugar para sentar. Duas filas de 30 pessoas ficaram aguardando o próximo que teria assento livre.
No caminho, havia quatro ônibus quebrados, três ainda no bairro -só um com alguém fazendo manutenção.
As histórias que Enir foi contando no caminho -sobre veículos quebrados, atrasos e até baratas-, confirmadas por outros passageiros, ilustram sua rotina.

ATRASOS
"É mais comum atrasar do que não atrasar, geralmente uns 20 minutos. Ontem não saiu, não apareceu ninguém para explicar, andei 30 minutos para pegar outra linha. O anterior já estava quebrado."

QUEBRADOS
"Pego uma ou duas vezes por semana um ônibus que quebra no meio do caminho, desço e pego outro lotado."

FILAS
"Geralmente saio com duas filas de gente esperando os próximos ônibus, para irem sentados. Porque se eu ficar duas horas em pé já vou chegar ao trabalho cansada."

EMPREGO
"Várias vezes me atrasei no trabalho, mesmo saindo 2h30 mais cedo."

QUALIDADE DO ÔNIBUS
"No calor, as baratinhas saem por essas brechas da parede, a gente sente elas subindo em nossas pernas. No domingo peguei um que estava velho, descascando a fórmica das paredes. É comum ver campainha quebrada também, aí tem que gritar pra avisar que queremos descer."

FUNCIONÁRIOS
"É comum ver motorista com uma mão no volante e outra no celular e o cobrador dormindo. Que sono que eles têm!" (CRISTINA MORENO DE CASTRO e EDUARDO ANIZELLI)


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