São Paulo, Sábado, 15 de Janeiro de 2000


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Coquetel anti-HIV é fator determinante

PRISCILA LAMBERT
da Reportagem Local

A queda nos índices de mortalidade de pacientes com Aids é uma tendência que foi observada já em 97 em todo o país.
Como causa determinante dessa redução está a introdução, em 96, do coquetel anti-HIV na rede pública de saúde.
Segundo números da Coordenação Nacional de Aids do Ministério da Saúde, entre 1995 e 1997, houve uma redução de 38% no índice de mortalidade por Aids no país. Os dados dos anos seguintes não estão concluídos.
"A distribuição gratuita e democrática do coquetel, que está sendo mantida desde 96, é fator fundamental para a diminuição de mortes", diz o infectologista Caio Rosenthal. "Nenhum país subdesenvolvido oferece as drogas a seus pacientes na quantidade que oferecemos."
Para a infectologista Cáritas Relva Basso, do CRT/Aids (Centro de Referência e Tratamento de Aids) do Estado de São Paulo, outros fatores colaboram para a tendência de queda. Um deles é o aumento dos serviços de acompanhamento de pacientes na cidade de São Paulo. Em 96, havia cerca de quatro desses serviços oferecidos pelo Estado. Depois daquele ano, a prefeitura implantou 15 unidades de atendimento. "Não adianta ter o coquetel se não há serviço de acompanhamento", afirma. É também nesses serviços que os pacientes são conscientizados sobre a importância da adesão ao tratamento. "Em São Paulo, os problemas com pacientes que não seguem o tratamento à risca estão diminuindo."
Pelos números do Pró-Aim, no entanto, desde 97, a queda da taxa de mortalidade por Aids está em desaceleração na cidade. A maior redução ocorreu em 97 (30%). No ano seguinte, o índice de mortes caiu 20% e, em 99, 12%. Para Pedro Chequer, coordenador nacional de Aids, a desaceleração é natural. "Sempre há um grande impacto logo após a introdução de um método novo e eficaz. Depois, a tendência é de diminuição", diz. "O fato de a mortalidade em São Paulo ter caído 54% desde 95 mostra que o nosso investimento está dando resultados."


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