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Coquetel anti-HIV é fator determinante
PRISCILA LAMBERT
da Reportagem Local
A queda nos índices de mortalidade de pacientes com Aids é
uma tendência que foi observada
já em 97 em todo o país.
Como causa determinante dessa redução está a introdução, em
96, do coquetel anti-HIV na rede
pública de saúde.
Segundo números da Coordenação Nacional de Aids do Ministério da Saúde, entre 1995 e 1997,
houve uma redução de 38% no
índice de mortalidade por Aids
no país. Os dados dos anos seguintes não estão concluídos.
"A distribuição gratuita e democrática do coquetel, que está
sendo mantida desde 96, é fator
fundamental para a diminuição
de mortes", diz o infectologista
Caio Rosenthal. "Nenhum país
subdesenvolvido oferece as drogas a seus pacientes na quantidade que oferecemos."
Para a infectologista Cáritas
Relva Basso, do CRT/Aids (Centro de Referência e Tratamento de
Aids) do Estado de São Paulo, outros fatores colaboram para a tendência de queda. Um deles é o aumento dos serviços de acompanhamento de pacientes na cidade
de São Paulo. Em 96, havia cerca
de quatro desses serviços oferecidos pelo Estado. Depois daquele
ano, a prefeitura implantou 15
unidades de atendimento. "Não
adianta ter o coquetel se não há
serviço de acompanhamento",
afirma. É também nesses serviços
que os pacientes são conscientizados sobre a importância da adesão ao tratamento. "Em São Paulo, os problemas com pacientes
que não seguem o tratamento à
risca estão diminuindo."
Pelos números do Pró-Aim, no
entanto, desde 97, a queda da taxa
de mortalidade por Aids está em
desaceleração na cidade. A maior
redução ocorreu em 97 (30%). No
ano seguinte, o índice de mortes
caiu 20% e, em 99, 12%. Para Pedro Chequer, coordenador nacional de Aids, a desaceleração é natural. "Sempre há um grande impacto logo após a introdução de
um método novo e eficaz. Depois,
a tendência é de diminuição", diz.
"O fato de a mortalidade em São
Paulo ter caído 54% desde 95
mostra que o nosso investimento
está dando resultados."
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