São Paulo, Sábado, 15 de Janeiro de 2000


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Risco de ser vítima de homicídio cresce 9%

da Reportagem Local

A cada uma hora e meia um morador de São Paulo morre assassinado na cidade. Essa foi a média recorde atingida pela capital no ano passado, de acordo com cálculos feitos a partir dos dados de mortalidade do Pro-Aim para 1999.
O risco de um paulistano ser vítima de homicídio aumentou 9% entre 1998 e 1999. Se comparado a 1997, o aumento é de 18%. No ano passado, houve 57,5 assassinatos para cada 100 mil moradores da cidade. Em 1997 essa relação era de 48,6 por 100 mil, e em 1998, 52,9/100 mil.
Para chegar a esses valores, a Folha dividiu as mortes apuradas pelo Pro-Aim pela população projetada pela Fundação Seade para o ano passado.
A distribuição das mortes pela cidade mostra algumas novidades. Depois de quatro anos, a Sé voltou a ser o distrito com maior taxa de homicídios em 1999: 102,7/100 mil. Em números absolutos foram 21 assassinatos no ano passado, contra 14 em 1998.
O distrito mais central da cidade foi o 7º colocado no ranking de 1998. Esse salto se explica não apenas pelo aumento das mortes, mas pelo fato de que sua população é menos de 10% da de outros distritos. Assim, sete assassinatos têm um peso muito maior.
Não é o caso do Jardim Ângela. Com 236 mil habitantes, o distrito puxou o aumento da violência na zona sul. Registrou 20 mortes a mais em 1999 e foi do 3º para o 2º lugar no ranking da violência. Sua taxa ficou em 94,2/100 mil.
Dos 5 primeiros colocados, 4 distritos ficam na zona sul. Além do Jardim Ângela, são os casos de Parelheiros (taxa de 92,6/100 mil), Grajaú (90,9/100 mil) e Jardim São Luís (89,9/100 mil).
O Grajaú foi o campeão em números absolutos, com 270 moradores assassinados, um aumento de 27% em relação a 1998.
Para o médico Marcos Drumond, coordenador do Pro-Aim, a volta da zona sul aos primeiros lugares do ranking evidencia que o "cobertor é curto" na política contra a violência na cidade.
Em 97 e 98, os primeiros colocados ficavam nas zonas norte e leste, respectivamente. (JRT)

Texto Anterior: Coquetel anti-HIV é fator determinante
Próximo Texto: Madrugada violenta: Oito morrem em chacinas na mesma noite em SP
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.