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Risco de ser vítima de homicídio cresce 9%
da Reportagem Local
A cada uma hora e meia um
morador de São Paulo morre assassinado na cidade. Essa foi a
média recorde atingida pela capital no ano passado, de acordo
com cálculos feitos a partir dos
dados de mortalidade do Pro-Aim para 1999.
O risco de um paulistano ser vítima de homicídio aumentou 9%
entre 1998 e 1999. Se comparado a
1997, o aumento é de 18%. No ano
passado, houve 57,5 assassinatos
para cada 100 mil moradores da
cidade. Em 1997 essa relação era
de 48,6 por 100 mil, e em 1998,
52,9/100 mil.
Para chegar a esses valores, a
Folha dividiu as mortes apuradas
pelo Pro-Aim pela população
projetada pela Fundação Seade
para o ano passado.
A distribuição das mortes pela
cidade mostra algumas novidades. Depois de quatro anos, a Sé
voltou a ser o distrito com maior
taxa de homicídios em 1999:
102,7/100 mil. Em números absolutos foram 21 assassinatos no
ano passado, contra 14 em 1998.
O distrito mais central da cidade
foi o 7º colocado no ranking de
1998. Esse salto se explica não
apenas pelo aumento das mortes,
mas pelo fato de que sua população é menos de 10% da de outros
distritos. Assim, sete assassinatos
têm um peso muito maior.
Não é o caso do Jardim Ângela.
Com 236 mil habitantes, o distrito
puxou o aumento da violência na
zona sul. Registrou 20 mortes a
mais em 1999 e foi do 3º para o 2º
lugar no ranking da violência. Sua
taxa ficou em 94,2/100 mil.
Dos 5 primeiros colocados, 4
distritos ficam na zona sul. Além
do Jardim Ângela, são os casos de
Parelheiros (taxa de 92,6/100 mil),
Grajaú (90,9/100 mil) e Jardim
São Luís (89,9/100 mil).
O Grajaú foi o campeão em números absolutos, com 270 moradores assassinados, um aumento
de 27% em relação a 1998.
Para o médico Marcos Drumond, coordenador do Pro-Aim,
a volta da zona sul aos primeiros
lugares do ranking evidencia que
o "cobertor é curto" na política
contra a violência na cidade.
Em 97 e 98, os primeiros colocados ficavam nas zonas norte e leste, respectivamente.
(JRT)
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