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Peritos refazem parecer sobre a sanidade de atirador do shopping
da Reportagem Local
Os peritos encarregados de fazer os exames de sanidade mental
do estudante de medicina Mateus
da Costa Meira, 24, encaminharam à Justiça uma retificação de
seu relatório na qual contradizem
algumas das afirmações que fizeram sobre o rapaz na primeira
versão do documento.
O complemento é datado de 10
de janeiro, 12 dias após a conclusão e remessa do laudo inicial.
Nele, os peritos mantêm sua
principal conclusão -de que
Mateus Meira tinha consciência
do que estava fazendo quando invadiu uma sala de cinema do MorumbiShopping (zona sudoeste
de SP) e disparou contra a platéia,
matando três pessoas e deixando
cinco feridos no dia 3 de novembro-, mas alteram várias outras.
Na primeira versão, por exemplo, os médicos afirmam que
Meira é dependente de drogas. Na
segunda, dizem que "se trata de
um usuário ocasional de álcool e
cocaína, sem que se apurasse um
estado de dependência".
Há mais. Na primeira versão, os
peritos afirmam que o réu é portador de um "desenvolvimento
mental incompleto ou retardado". Na segunda, negam que o
"transtorno esquizóide de personalidade" apresentado por Meira
se enquadre nessas definições.
O laudo inicial já havia sido
classificado como "contraditório"
por psiquiatras consultados pela
Folha e pela defesa do estudante.
As divergências da retificação e
sua simples existência, na opinião
do advogado do rapaz, Eduardo
Carnelós, reforçam as falhas.
"Eles admitiram que fizeram
um trabalho falho", disse Carnelós, que vai pedir a nulidade do
laudo na semana que vem.
O juiz José Ruy Borges Pereira,
presidente do 1º Tribunal do Júri,
onde corre o processo, afirmou
que não podia comentar o caso
porque não havia lido o complemento.
(SÍLVIA CORRÊA)
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