São Paulo, segunda-feira, 15 de janeiro de 2001

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Diretor vê falha do Estado e da sociedade

DA SUCURSAL DO RIO

O diretor do Degase (Departamento de Ações Socioeducativas da Secretaria de Justiça), Sérgio Novo, vê uma responsabilidade conjunta do Estado e da sociedade no problema dos menores infratores.
Para ele, o Estado não está conseguindo resolver a questão em todos os seus segmentos, especialmente no que se refere ao desemprego e à implantação de políticas sociais básicas.
"Ao mesmo tempo, quem quer empregar um ex-infrator? Há ONG para cuidar de tudo, menos para ajudar o infrator. Uma parcela das famílias também não quer saber dos seus menores infratores", afirma.
Novo considera difícil apontar uma razão específica para o crescimento do tráfico entre garotas, mas cita o desemprego e uma possível crise de valores como justificativas.
Ele disse que há hoje cerca de mil menores em regime de internação -para 687 vagas.
"Vejo muitas pesquisas sobre a questão do menor infrator e acho que elas são importantes. Mas precisamos de mãos na massa, de investimentos na área da sociedade e de todas as esferas de governo", afirma.
O juiz Guaraci Vianna, da 2ª Vara da Infância e da Juventude, diz que o aumento de meninas no tráfico está relacionado ao aumento geral de infrações cometidas por menores.
Para Vianna, "elas vêem os meninos fazendo, então querem fazer também. É uma forma de afirmação". (FE E SP)



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