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OUTRO LADO
Mineradora afirma que não há provas para responsabilizá-la
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTANA (AP)
A Icomi (Indústria e Comércio
de Minérios) avalia que a Sema
(Secretaria do Meio Ambiente do
Amapá) ainda não tem fundamentos suficientes para responsabilizá-la pela contaminação por
arsênio ocorrida na Vila do Elesbão, em Santana (AP).
A mineradora, que fazia parte
do grupo Caemi e encerrou suas
atividades em 1998, depositou resíduos de manganês nas proximidades da vila a partir de 1972.
De acordo com a Sema, o arsênio detectado na água, no solo e
na população da região é proveniente do material abandonado
pela Icomi. "Já nos prontificamos
a dar todo o apoio possível", disse
José Luiz Ortiz Vergolino, diretor
superintendente da empresa.
"Mas é preciso um embasamento
técnico melhor para dizer que essas pessoas foram contaminadas
pela Icomi."
A empresa obteve liminar no
Tribunal de Justiça do Amapá
suspendendo o pagamento de
duas multas aplicadas pela Sema,
que totalizavam R$ 52 milhões.
Foram R$ 40 milhões pela contaminação do ambiente e mais R$
12 milhões por ter transportado
-sem autorização- parte do
material à Serra do Navio (AP),
onde funcionavam as minas de
exploração de manganês.
Vergolino disse que o material
transportado à Serra do Navio
não estava contaminado. "Além
disso, consideramos a multa alta
para os padrões do Amapá."
Segundo ele, a contaminação
pode ter outra origem. "Atividades como olaria e carvoaria, muito comuns na região, também liberam arsênio."
Um acordo entre a Icomi e a Sema determinou que o material seja removido para o km 34 de estrada de ferro da Icomi, em Macapá. Os resíduos deverão ficar em
um aterro sanitário monitorado,
que ainda não foi construído.
(MA)
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