São Paulo, segunda-feira, 15 de janeiro de 2001

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OUTRO LADO
Mineradora afirma que não há provas para responsabilizá-la

DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTANA (AP)

A Icomi (Indústria e Comércio de Minérios) avalia que a Sema (Secretaria do Meio Ambiente do Amapá) ainda não tem fundamentos suficientes para responsabilizá-la pela contaminação por arsênio ocorrida na Vila do Elesbão, em Santana (AP).
A mineradora, que fazia parte do grupo Caemi e encerrou suas atividades em 1998, depositou resíduos de manganês nas proximidades da vila a partir de 1972.
De acordo com a Sema, o arsênio detectado na água, no solo e na população da região é proveniente do material abandonado pela Icomi. "Já nos prontificamos a dar todo o apoio possível", disse José Luiz Ortiz Vergolino, diretor superintendente da empresa. "Mas é preciso um embasamento técnico melhor para dizer que essas pessoas foram contaminadas pela Icomi."
A empresa obteve liminar no Tribunal de Justiça do Amapá suspendendo o pagamento de duas multas aplicadas pela Sema, que totalizavam R$ 52 milhões.
Foram R$ 40 milhões pela contaminação do ambiente e mais R$ 12 milhões por ter transportado -sem autorização- parte do material à Serra do Navio (AP), onde funcionavam as minas de exploração de manganês.
Vergolino disse que o material transportado à Serra do Navio não estava contaminado. "Além disso, consideramos a multa alta para os padrões do Amapá."
Segundo ele, a contaminação pode ter outra origem. "Atividades como olaria e carvoaria, muito comuns na região, também liberam arsênio."
Um acordo entre a Icomi e a Sema determinou que o material seja removido para o km 34 de estrada de ferro da Icomi, em Macapá. Os resíduos deverão ficar em um aterro sanitário monitorado, que ainda não foi construído. (MA)



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