São Paulo, domingo, 15 de janeiro de 2006

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Fabrício acordava até dez vezes por noite

DA REPORTAGEM LOCAL

Fabrício (nome fictício) não tinha nem completado um ano quando sua mãe, Sônia, o levou a um neuropediatra pela primeira vez. O menino era tão agitado que não conseguia nem dormir. Acordava até dez vezes durante a noite.
O médico disse que nada poderia fazer porque ele era muito pequeno, e assim foi até os quatro anos. Foi quando Sônia (nome fictício) percebeu que o filho não aprendia as cores como outras crianças e começou a passar por vários especialistas até que, após três anos, foi descoberto o TDAH.
"Começamos a tratar com remédio, e ele conseguiu aprender melhor. Durante cinco anos, tomou a medicação, mas achei que a escola onde estava o superprotegia e os amigos o discriminavam. Trocamos de colégio e, então, ele ficou mais maduro." Nessa etapa, o remédio foi suspenso. "Ele já estava me pedindo para parar. Conversamos com o médico, que resolveu tentar. Deu certo."
Hoje, com 14 anos, Fabrício vai mudar mais uma vez de escola e irá para uma sala maior. "Ele ainda tem dificuldades, como ler por uma hora seguida. Os pais de uma criança TDAH, por mais confusos que fiquem, não podem ter medo e precisam tentar de tudo."
A dona-de-casa Cláudia Queiróz, 40, tem medo do medicamento. Ela e o filho Bernardo, 6, são portadores do TDAH. "O médico nos sugeriu remédios, mas fui contra. Os remédios são "tarja preta". Temo a dependência."
A solução foi a terapia e mudar várias regras da família, como horários para dormir e comer, para que ele se tornasse mais centrado. "Também o coloquei no yoga e optei pela neuropediatria homeopata. Há oito meses, ele toma remédios homeopáticos." Hoje já é possível perceber uma melhora.


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