São Paulo, quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

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Turista morre na BA ao cair de paraquedas puxado por lancha

Cinto se partiu e funcionária pública de 50 anos despencou de altura equivalente a 17 andares, segundo a polícia de Porto Seguro

Delegada afirma que equipamento tinha péssimo estado e era usado havia sete anos; dono do barco foi preso em flagrante

TALITA BEDINELLI
DA AGÊNCIA FOLHA

Uma turista de Minas Gerais morreu na tarde de segunda-feira após cair de uma altura de 50 m numa praia de Porto Seguro (BA). Ela praticava parasail, espécie de paraquedas levado por uma lancha.
Após o acidente, a prefeitura proibiu o esporte. O dono do barco, que tinha alvará municipal, foi preso em flagrante.
A funcionária pública Volúsia Martins Guimarães, 50, praticava o esporte na praia de Taperapuã, onde ficam as barracas Tôa-tôa e Axé Moi, as mais frequentadas da cidade.
De acordo com a polícia, um cinto que a segurava partiu e a turista despencou de uma altura equivalente a 17 andares de um prédio. Ela fraturou a coluna, quebrou o pescoço e seus pulmões estouraram.
Volúsia foi socorrida ainda com vida e levada a um hospital local, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.
Volúsia estava acompanhada das duas filhas, de 13 e de 16 anos, que andariam no parasail. Um casal de São Paulo também estava na lancha -o homem acabara de praticar a atividade. Por dez minutos, os turistas pagaram R$ 80 cada um.

Fiscalização
De acordo com a Secretaria de Turismo de Porto Seguro, o dono do barco, Clemente Morais Souza, 54, tinha alvará da prefeitura para exercer a atividade. A lancha também tinha autorização da Capitania dos Portos para circular.
O estado do paraquedas, no entanto, não havia sido fiscalizado, por não ser obrigação de nenhum dos dois órgãos, de acordo com informações do secretário de Turismo Paulo César de Magalhães.
"A prefeitura é responsável pela concessão do alvará para que a empresa explore a atividade. A Marinha é responsável pela fiscalização da embarcação. Mas a legislação não diz quem é responsável pela fiscalização do paraquedas", disse o secretário de Turismo. "Não temos capacitação técnica para fiscalizar esse tipo de coisa."
Segundo a delegada Teronite Bezerra, da delegacia de turismo, os equipamentos tinham péssimo estado e eram usados havia ao menos sete anos.

Dono do barco
O dono do barco deve responder por homicídio culposo com dolo eventual (quando a pessoa não quer matar, mas assume o risco de que isso ocorra) e está sujeito a pena de um a três anos de prisão.
A Marinha também abriu um inquérito para apurar as circunstâncias do acidente e, caso o dono do barco seja responsabilizado, poderá perder a licença e está sujeito à multa de até R$ 3.200.
A Folha ligou para o celular de Souza e foi atendida por um funcionário, que não quis falar sobre o assunto.
Ele não soube informar o nome do advogado responsável pelo caso. A delegacia também não. Os familiares dele não foram localizados.


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