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Turista morre na BA ao cair de paraquedas puxado por lancha
Cinto se partiu e funcionária pública de 50 anos despencou de altura equivalente a 17 andares, segundo a polícia de Porto Seguro
Delegada afirma que equipamento tinha péssimo estado e era usado havia
sete anos; dono do barco
foi preso em flagrante
TALITA BEDINELLI
DA AGÊNCIA FOLHA
Uma turista de Minas Gerais
morreu na tarde de segunda-feira após cair de uma altura de
50 m numa praia de Porto Seguro (BA). Ela praticava parasail, espécie de paraquedas levado por uma lancha.
Após o acidente, a prefeitura
proibiu o esporte. O dono do
barco, que tinha alvará municipal, foi preso em flagrante.
A funcionária pública Volúsia Martins Guimarães, 50, praticava o esporte na praia de Taperapuã, onde ficam as barracas Tôa-tôa e Axé Moi, as mais
frequentadas da cidade.
De acordo com a polícia, um
cinto que a segurava partiu e a
turista despencou de uma altura equivalente a 17 andares de
um prédio. Ela fraturou a coluna, quebrou o pescoço e seus
pulmões estouraram.
Volúsia foi socorrida ainda
com vida e levada a um hospital
local, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.
Volúsia estava acompanhada
das duas filhas, de 13 e de 16
anos, que andariam no parasail.
Um casal de São Paulo também
estava na lancha -o homem
acabara de praticar a atividade.
Por dez minutos, os turistas pagaram R$ 80 cada um.
Fiscalização
De acordo com a Secretaria
de Turismo de Porto Seguro, o
dono do barco, Clemente Morais Souza, 54, tinha alvará da
prefeitura para exercer a atividade. A lancha também tinha
autorização da Capitania dos
Portos para circular.
O estado do paraquedas, no
entanto, não havia sido fiscalizado, por não ser obrigação de
nenhum dos dois órgãos, de
acordo com informações do secretário de Turismo Paulo César de Magalhães.
"A prefeitura é responsável
pela concessão do alvará para
que a empresa explore a atividade. A Marinha é responsável
pela fiscalização da embarcação. Mas a legislação não diz
quem é responsável pela fiscalização do paraquedas", disse o
secretário de Turismo. "Não temos capacitação técnica para
fiscalizar esse tipo de coisa."
Segundo a delegada Teronite
Bezerra, da delegacia de turismo, os equipamentos tinham
péssimo estado e eram usados
havia ao menos sete anos.
Dono do barco
O dono do barco deve responder por homicídio culposo
com dolo eventual (quando a
pessoa não quer matar, mas assume o risco de que isso ocorra)
e está sujeito a pena de um a
três anos de prisão.
A Marinha também abriu um
inquérito para apurar as circunstâncias do acidente e, caso
o dono do barco seja responsabilizado, poderá perder a licença e está sujeito à multa de até
R$ 3.200.
A Folha ligou para o celular
de Souza e foi atendida por um
funcionário, que não quis falar
sobre o assunto.
Ele não soube informar o nome do advogado responsável
pelo caso. A delegacia também
não. Os familiares dele não foram localizados.
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