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Rio apura elo entre
25 policiais e o bicho
da Sucursal do Rio
Sob sigilo, a Secretaria da Segurança Pública do Rio investiga desde outubro de 97 o suposto envolvimento de pelo menos 25 policiais
civis e militares -entre eles dois
delegados, afastados de seus cargos na semana passada- com o
recebimento de suborno que seria
pago por chefes do jogo do bicho.
Mas, ao contrário de 94, quando
as investigações de uma suposta
lista de propinas do bicheiro Castor de Andrade tiveram ampla repercussão devido à divulgação de
informações pelo Ministério Público, o trabalho agora é conduzido com muita cautela por um grupo de confiança do Estado.
O ponto de partida das averiguações é um relatório feito pelo diretor do Cisp (Centro de Inteligência
da Secretaria da Segurança Pública), coronel do Exército (da reserva) Romeu Ferreira, com base no
grampeamento, autorizado pela
Justiça, de algumas linhas telefônicas, em setembro e outubro de 97.
A escuta foi feita para ajudar a
esclarecer a morte do bicheiro
Márcio Molinaro, assassinado a tiros na Gávea (zona sul) em 27 de
junho de 97. A Polícia Civil suspeitou de sucessores de Raul Corrêa
de Mello, o Raul Capitão, que
morreu de infarto, e grampeou telefones de gente ligada a eles.
Depois de examinar algumas
transcrições, o coronel Ferreira
produziu o relatório, encaminhado ao secretário da Segurança Pública, Nilton Cerqueira. Na primeira reunião da cúpula da SSP
em 98, o secretário decidiu nomear um grupo para investigar supostas ligações reveladas pelas gravações.
Sete policiais civis da 1ª DP (Praça Mauá) e na 37ª DP (Ilha do Governador), foram afastados do serviço na rua. Os dois delegados que
perderam as funções também trabalhavam nessas delegacias, respectivamente. Foram transferidos
para a Superintendência de Administração e Serviço, setor onde ficam policiais que estão "encostados" por determinação superior.
A Secretaria da Segurança Pública e a Chefia da Polícia Civil informaram ontem que nenhuma informação oficial sobre o caso será
divulgada por enquanto, para não
prejudicar as investigações. Até
agora, não há acusações formais.
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