São Paulo, quinta-feira, 15 de fevereiro de 2001

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"É um marco para a nossa causa"

DA REPORTAGEM LOCAL

A Associação da Parada do Orgulho GLBT (gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros) comemorou a condenação dos dois skinheads. "É um marco para a nossa causa", afirmou Roberto de Jesus, presidente da entidade, que chegou a reunir 20 pessoas em frente ao Fórum Criminal da Barra Funda, anteontem, para pedir rigor no julgamento.
Durante a sessão, segundo Jesus, pelo menos cinco parentes e amigos de Juliano Filipini Sabino permaneceram o tempo todo provocando os homossexuais que acompanhavam os depoimentos. "Eles ficaram mexendo com a gente, fazendo gestos obscenos, mostrando tatuagens, mas tudo isso é nada depois dessa sentença", afirmou.
Essas pessoas, que, além da cabeça raspada, foram ao fórum com roupas características dos skinheads (bota, calça jeans, suspensório), não quiseram falar com a reportagem.
Um levantamento da Associação da Parada do Orgulho GLBT, com base em notícias publicadas na imprensa, indica que 130 homossexuais foram assassinados no Brasil no ano passado.
Benedita Rodrigues, irmã do adestrador de cães Edson Neris da Silva, só deixou a sessão, durante a madrugada, depois de ouvir a sentença. Junto com a filha, Viviane, ela acompanhou as quase 12 horas de julgamento.
"Foi muito bom, foi exemplar. Não recupera a vida do meu irmão, mas pode evitar que eles continuem agindo dessa maneira." (AI)


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