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BARBARA GANCIA
Bancoc não tem bangue-bangue
Justo quando a gente começava a achar que a onda de
violência poderia estar diminuindo, por conta da volta para casa
do Washington Olivetto, da descoberta do cativeiro de Celso Daniel e desse monte de policiais que
o governador pôs na rua, pimba!
Na madrugada da Quarta-Feira de Cinzas, no município de Sumaré, no rico interior paulista,
dois bandidos foram atrás do dinheiro do caça-níqueis de um boteco e acabaram quase por decepar a golpes de facão de cana as
mãos do dono do bar.
Se isso não é um clamoroso sinal de que a violência passou dos
limites, me diga você, ó, leitor esclarecido, o que será?
Um dos jovens que praticou o
crime é metalúrgico e tem 18
anos. O outro é eletricista e tem
20. Eles torturaram o comerciante por meia hora. Depois, tentaram escalpelá-lo e, por fim, aplicaram vários golpes de facão em
seus pulsos, a ponto de deixar
suas mãos penduradas.
Passei o Carnaval na companhia de um amigo jornalista, que
está morando em Bancoc. Que inveja! Bancoc é a capital da Tailândia e tem 11 milhões de habitantes. A grande maioria é paupérrima, há muito mais gente
destituída lá do que cá.
Sempre ouvi dizer que Bancoc é
uma das capitais mundiais da
prostituição e, em razão dessa
singela informação, estúpida que
sou, custei a acreditar quando
meu amigo me jurou que lá ninguém é assaltado, sequestrado,
ameaçado com armas de fogo
dentro de casa ou do próprio
estabelecimento e muito menos
barbaramente agredido a golpes
de machete.
Diz ele que costuma deixar a
porta de casa aberta e que todos
andam na rua despreocupados.
Mas como? O que será que Bancoc tem que nós não temos? Meu
amigo ofereceu uma teoria. Segundo ele, budistas não são chegados em violência, e o budismo é
a religião predominante na Tailândia. Pode ser uma explicação.
Assim como os hinduístas, os
budistas, de fato, não são chegados em violência. Eles não carregam nas costas os dogmas das
religiões com livro, como é o caso
do cristianismo, do islamismo e
do judaísmo.
Deve existir, mas é mais difícil
encontrar um fundamentalista
praticante do budismo do que topar na rua com um simpatizante
do Ku Klux Klan ou da Al Qaeda.
A conversa com meu amigo me
fez pensar. Quem sabe, em vez de
ver brotar tantas igrejas evangélicas, não fosse mais negócio estar
rodeado por templos budistas?
QUALQUER NOTA
Alegria, alegria
Alô, prefeita Marta! Por acaso
o Leonel Jospin agarra a cara-metade em público? A senhora foi ao sambódromo em caráter oficial e um certo decoro cai bem. Aliás, a senhora
conhece a piada politicamente incorreta sobre o Favre?
Sabe por que ele é franco-argentino e não vice-versa?
Porque não existe argentino-franco.
Psiu!
O Mundial de F-1 vem aí e eu
aproveito para lançar a campanha "Em boca fechada não
entra mosca", a fim de ajudar
o Barrichello a se manter longe de encrencas. Se você
aprova, escreva para mim.
E-mail- barbara@uol.com.br
www.uol.com.br/barbaragancia/
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