São Paulo, terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

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Remédios desviados são apreendidos em SP e Rio

Medicamentos para câncer estavam em clínica privada e distribuidora

Estima-se que os remédios, comprados com verba pública para tratar pacientes pobres, valham R$ 160 mil

ROGÉRIO PAGNAN
DE SÃO PAULO

Medicamentos de alto custo, comprados com recursos públicos para tratar pessoas pobres com câncer, foram apreendidos ontem numa clínica privada de São Paulo e numa distribuidora do Rio. Três pessoas foram presas.
De acordo com o governo paulista, a operação visa combater um grande esquema de furtos e roubos de remédios de alto custo, cuja dose pode chegar a R$ 6.000.
Estima-se que o material apreendido ontem valha R$ 160 mil. "Essa é só a ponta do iceberg", disse o delegado Anderson Pires Giampaoli.
Foram apreendidos ainda remédios de baixo custo na distribuidora América do Sul, em SP. Suspeita-se que também foram levados de unidades públicas.
Foi a América do Sul que, diz a polícia, vendeu os remédios de alto custo apreendidos no Centro Oncologia Hematologia Osasco (Grande SP), avaliados em R$ 34 mil. Eles pertencem ao Estado.
Desde 2009, segundo a polícia, R$ 10 milhões em medicamentos foram levados por criminosos -por roubo ou desviados por servidores.
Em 2010, conforme o governo, foram gastos R$ 4,6 milhões mensais na aquisição desses remédios de alto custo para atendimento de cerca de 1.000 pacientes.
A operação também ocorreu no Rio porque se suspeita que parte dos medicamentos desviados em SP seja comercializada naquele Estado. Na distribuidora fluminense, porém, havia remédios comprados pelo governo do Rio.
A polícia não informou o nome das pessoas presas.
A Folha tentou sem sucesso contato com os responsáveis pela clínica em Osasco. Também não conseguiu falar com os responsáveis pela América do Sul. O governo paulista não informou o nome da distribuidora do Rio.


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