São Paulo, terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

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FOCO

Funcionários públicos de Santos param por falta de ar-condicionado

Letícia Moreira/Folhapress
Ventiladores comprados pelos próprios funcionários para suportar o calor dentro do Palácio da Justiça de Santos (SP)

JAMES CIMINO
ENVIADO ESPECIAL A SANTOS

Funcionários da Justiça Estadual e do escritório da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em Santos (litoral de São Paulo) estão parando de trabalhar por causa do calor deste verão. A temperatura na cidade ontem à tarde era de 31ºC.
Na sexta passada, cerca de 250 funcionários do Palácio de Justiça da cidade interromperam suas atividades por uma hora para protestar contra a falta de ar-condicionado nos três edifícios onde funcionam 30 cartórios de varas cíveis, criminais, de Família, Infância e Fazenda.
Na Anvisa, a situação é ainda pior. Além de não ter ar-condicionado, as salas não possuem nem sequer janela para ventilar. O trabalhadores decidiram, então, trabalhar apenas das 8h às 12h e após as 18h.
A chefe da seção de finanças do Palácio de Justiça, Mariangela Otero Pires Matias, espera há 25 anos por um ar-condicionado em sua sala no edifício, inaugurado em 1962. Ela se aposentará no segundo semestre.
Na sala, onde trabalham oito pessoas, há nove ventiladores: cinco foram comprados por ela e suas colegas e posteriormente doados ao fórum. "Para podermos usá-los aqui, era preciso doar".
A central elétrica do palácio tem de ser trocada para que suporte a carga dos cerca de 200 aparelhos necessários para solucionar o problema de calor nos três edifícios, por onde circulam cerca de 5.000 pessoas por dia, além de 1.100 funcionários.
"É desumano. Na quarta-feira passada, teve funcionário que desmaiou", conta o juiz-diretor do fórum, Ramon Mateo Júnior.
Ele diz que o problema técnico está apenas no palácio. Nos outros dois edifícios é possível fazer a instalação.
Os funcionários se dispuseram a comprar os aparelhos, mas a instalação depende de autorização do Tribunal de Justiça do Estado, que não tem verba para pagar o excedente de energia.

OUTRO LADO
O TJ-SP informou que prepara um estudo para resolver o problema em Santos, mas que esbarra no corte de orçamento. Este ano, de acordo com o TJ, o governo do Estado liberou só R$ 5,6 bilhões, menos de metade da verba pedida pelo tribunal.
A Anvisa diz que mudará seu escritório em Santos nos próximos quatro meses.


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