São Paulo, segunda-feira, 15 de março de 2004

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Frota do serviço clandestino de lotação em geral é composta por carros com valor de mercado inferior ao total devido

Automóveis acumulam multas e dívidas

DA REPORTAGEM LOCAL

A clandestinidade não se limita aos serviços de lotação oferecidos pelos carros de passeio.
A frota que faz esse tipo de transporte na cidade de São Paulo é composta principalmente por veículos em situação irregular, que chegam a acumular dívidas capazes de superar os valores de mercado dos automóveis.
Um Santana de 1985 que pegava passageiros na estação Conceição de metrô na semana passada acumula, somente em multas municipais não-pagas, uma dívida de R$ 2.522,55 -além de R$ 190,80 em multas de trânsito estaduais.
Sem fazer licenciamento desde 1997 e sem pagar IPVA nos últimos anos, sua regularização custaria mais de R$ 4.000 -valor pelo qual ele poderia ser vendido.
No prontuário de 18 multas municipais que ele acumula e não paga desde 1992 (16 das quais a partir de 1998), há infrações variadas, de excesso de velocidade a ultrapassagem no semáforo vermelho. Oito delas, porém, se referem ao descumprimento das regras do rodízio de veículos paulistano.
O Prêmio de 1987 no qual a reportagem andou também está com licenciamento atrasado desde 1997 e acumula R$ 934,31 em multas municipais.
Segundo dados do Detran de São Paulo, os documentos do veículo estão bloqueados por falta de transferência.
Um Voyage de 1991 era outro com licenciamento atrasado, mas a partir de 2001. Devia R$ 764,18 em multas municipais, R$ 572,40 ao DER (Departamento de Estradas de Rodagem) e R$ 967,41 de IPVA -num total de R$ 2.303,99, mais de um terço do valor de mercado do automóvel.
O mais novo veículo localizado pela reportagem foi um Uno Mille de 1997, modelo 1998, com dívidas de R$ 382,58 em multas municipais, R$ 1.272 ao DER e R$ 401,31 de IPVA.

Prática comum
O uso de carros de passeio no transporte de passageiros não se limita à cidade de São Paulo, conforme pesquisa da NTU (Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos).
O fenômeno chegou a ganhar espaço no final dos ano 90 principalmente em municípios da região Centro-Oeste do país.



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