São Paulo, quarta-feira, 15 de março de 2006

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OUTRO LADO

Entidade e prefeitura defendem acordo e não vêem conflito ético

DA REPORTAGEM LOCAL

O Idelt e a Prefeitura de São Paulo defendem a legalidade do contrato firmado sem licitação e dizem não ver impedimento ético no fato de não ter havido concorrência e de a entidade escolhida ser ligada a um integrante da administração José Serra (PSDB).
Eles destacam que a instituição já teve contratos com outras prefeituras -como Carapicuíba (Grande SP), Vitória (ES) e até São Paulo, em anos anteriores- e com secretarias do Estado.
Valmir Dantas, secretário-adjunto do Trabalho, afirma que a pasta chegou a "ponderar" a ligação do Idelt com Frederico Bussinger, secretário dos Transportes do governo tucano, mas que optou por escolher uma instituição com bom preço e técnica.
"Não vemos problema ético. Nossa preocupação é com qualidade e preço. O Idelt nos pareceu mais preparado, apesar da peculiaridade de ser presidido pela Vera Bussinger. Nossa decisão foi pela experiência", disse.
Segundo ele, não houve concorrência pública devido à preocupação de selecionar entidades que já tivessem experiência com pessoas em situação de vulnerabilidade social -alvo do projeto social.
"É um trabalho específico. Precisa de gente que domine esse público", afirmou, citando um trabalho do Idelt que se tornou referência no centro de Carapicuíba.
De 2002 a 2004, a entidade deu aulas a egressos do sistema penitenciário que construíram calçadas no município, num projeto que teve a participação do Estado.
A presidente do Idelt, Vera Bussinger, afirmou que, sem serviços do tipo, a entidade não sobrevive.
"Não há nenhum favorecimento. Não é porque ele [Frederico Bussinger] está nesse cargo que vai interferir em outra secretaria. O instituto não sobrevive se não tivermos contratos", afirmou.
Vera disse que, por questão ética, a instituição decidiu não trabalhar para a pasta de seu marido, mas não para o restante da prefeitura. "Enquanto houver esse vínculo, não prestaremos serviços à Secretaria dos Transportes."
Frederico Bussinger informou que não se manifestaria por não ter ligação com esse contrato.


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