São Paulo, domingo, 15 de abril de 2001

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Pesquisadores do Brasil estudam alternativas

DA REPORTAGEM LOCAL

As mulheres sonham com uma fórmula que ordene os desequilíbrios da menopausa sem os efeitos colaterais e riscos da reposição hormonal clássica. Os pesquisadores das universidades e dos laboratórios também sonham com isso. Quem chegar primeiro ganhará aplausos e muito dinheiro.
A primeira alternativa aparece numa sigla em inglês, "serm", que significa "moduladores seletivos do receptor de estrogênio". São substâncias que regulam a entrada do estrogênio nas células. Impediriam sua produção em excesso no período reprodutivo, reduzindo o risco de câncer, e forneceriam a reposição desse hormônio quando sua produção caísse com a menopausa.
Os chamados fitoestrógenos já foram identificados e estão sendo pesquisados em alimentos como a soja, folhas da amoreira, arbustos como a Cimicifuga racemosa e dezenas de outros. Um dos primeiros fitoestrógenos a ser registrado no Brasil como medicamento vem da Cimicifuga, é produzido pelo laboratório Boehringer Ingelheim e chega às farmácias no segundo semestre com o nome de Menofem.
Nessa seara ainda pobre de escolhas, o Brasil já tem algumas iniciativas. Uma pesquisa realizada pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) demonstrou que o uso da isoflavona, um hormônio da soja, poderia substituir a reposição clássica. Do grupo de 80 pacientes acompanhadas, 85% relataram melhora nos "calores" e redução do colesterol. O ginecologista Kyung Koo Han, coordenador da pesquisa, diz acreditar que a isoflavona possa substituir a reposição hormonal clássica sem as consequências que essa terapia provoca depois de anos de uso.
Numa outra frente, foram pesquisadores brasileiros que primeiro apresentaram um alimento à base de isoflavonas capaz de substituir a reposição hormonal convencional.
Com o nome de Previna, o alimento começa a ser produzido pelo Sanavita, laboratório dedicado a pesquisas com alimentos funcionais. "Dezenas de estudos demonstram que o consumo de soja por mulheres orientais reduz os efeitos negativos da menopausa, os casos de câncer e de osteoporose", diz o professor Antonio Laudanna, titular de gastroenterologia da Faculdade de Medicina da USP e presidente da Fugesp (Fundação para a Gastroenterologia e Nutrição de São Paulo). O Previna é resultado de uma parceria entre a Fugesp e a professora Jocelem Mastrodi Salgado, da Esalq-USP (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiróz). Jocelem vem estudando as isoflavonas há quase duas décadas.
Depois dos "serms" e dos "fitoserms", chega a vez dos "alimentoserms", aumentando o leque de escolha para os médicos e as mulheres.


Informações: Boehringer Ingelheim, 0800-555998; Previna/Sanavita, 0800-554414; e-mail: pesquisa@sanavita.com.br; Unifesp/Kyung Koo Han, e-mail: kkh@ig.com.br


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