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Orientais têm uma visão positiva
DA REPORTAGEM LOCAL
As ondas de calor, que sobem
do peito para cima, que brotam
em série dezenas de vezes por dia,
que tingem o rosto de vermelho,
são elas assim tão incômodas?
Não fariam parte de um momento especial do universo feminino,
uma espécie de alerta para uma
nova fase que está começando? Os
chineses explicam que "os calores
de cima se agitam enquanto as
águas de baixo se acalmam".
Muitas doutrinas e filosofias
orientais enxergam a menopausa
dessa forma. E muito desse pensar está hoje incutido na prática
de centenas de médicos e na crença de milhares de mulheres. Negam qualquer relação entre menopausa e enfermidade.
"Menopausa nunca foi doença", diz a médica Dagmar Ramos,
43, autora do livro "Viva a Menopausa Naturalmente" (Augustus
Editora). Dagmar é uma espécie
de militante contra a "medicalização da menopausa".
"Nos meus tempos de faculdade, nosso melhor professor ensinava que a menopausa é uma fase
natural da vida. Hoje as mulheres
chegam ao consultório alarmadas, porque o nível de hormônios
baixou, como se isso não fosse natural. A menopausa é uma crise,
sim, mas tão positiva como a adolescência." Radical, a médica acha
que "mascarar" os efeitos dessa
fase com drogas é desperdiçar um
momento muito rico da vida.
A psicóloga e consultora de empresas Elisa Fleury, 50, é uma das
seguidoras da médica Dagmar.
"Sigo dietas de poucas carnes,
muitas fibras e adotei a tintura de
sálvia, que diminui os calores."
Na próxima semana, ela participa
de mais um encontro de grupo liderado por Dagmar.
"Minha mãe tem 87 anos, minha tia, 84, minha cunhada tem
58, todas têm pele boa, não sofrem de depressão nem têm osteoporose. E nunca tomaram hormônios." No outro lado, Elisa cita
amigas que padecem com a menopausa e que certamente se beneficiam com a reposição.
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