São Paulo, domingo, 15 de abril de 2001

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Orientais têm uma visão positiva

DA REPORTAGEM LOCAL

As ondas de calor, que sobem do peito para cima, que brotam em série dezenas de vezes por dia, que tingem o rosto de vermelho, são elas assim tão incômodas? Não fariam parte de um momento especial do universo feminino, uma espécie de alerta para uma nova fase que está começando? Os chineses explicam que "os calores de cima se agitam enquanto as águas de baixo se acalmam".
Muitas doutrinas e filosofias orientais enxergam a menopausa dessa forma. E muito desse pensar está hoje incutido na prática de centenas de médicos e na crença de milhares de mulheres. Negam qualquer relação entre menopausa e enfermidade.
"Menopausa nunca foi doença", diz a médica Dagmar Ramos, 43, autora do livro "Viva a Menopausa Naturalmente" (Augustus Editora). Dagmar é uma espécie de militante contra a "medicalização da menopausa".
"Nos meus tempos de faculdade, nosso melhor professor ensinava que a menopausa é uma fase natural da vida. Hoje as mulheres chegam ao consultório alarmadas, porque o nível de hormônios baixou, como se isso não fosse natural. A menopausa é uma crise, sim, mas tão positiva como a adolescência." Radical, a médica acha que "mascarar" os efeitos dessa fase com drogas é desperdiçar um momento muito rico da vida.
A psicóloga e consultora de empresas Elisa Fleury, 50, é uma das seguidoras da médica Dagmar. "Sigo dietas de poucas carnes, muitas fibras e adotei a tintura de sálvia, que diminui os calores." Na próxima semana, ela participa de mais um encontro de grupo liderado por Dagmar.
"Minha mãe tem 87 anos, minha tia, 84, minha cunhada tem 58, todas têm pele boa, não sofrem de depressão nem têm osteoporose. E nunca tomaram hormônios." No outro lado, Elisa cita amigas que padecem com a menopausa e que certamente se beneficiam com a reposição.


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